sábado, 10 de julho de 2010

:: Piracuruca - Imitação de Cristo

Imitação de Cristo é uma obra da literatura devocional, de autor anônimo, publicada no século XV.

Seu texto é um auxiliar à oração e às práticas devocionais pessoais.

Alguns o consideram um dos maiores tratados de moral cristã. A obra é atribuída ao padre alemão Tomás de Kempis, já que dos 66 manuscritos 60 trazem a assinatura de Tomás de Kempis.

LIVRO - PRIMEIRO

CAPÍTULO 1 - Da imitação de Cristo e desprezo de todas as vaidades do mundo


1. Quem me segue não anda nas trevas, diz o Senhor (Jo 8,12). São estas as palavras de Cristo, pelas quais somos advertidos que imitemos sua vida e seus costumes, se verdadeiramente queremos ser iluminados e livres de toda cegueira de coração. Seja, pois, o nosso principal empenho meditar sobre a vida de Jesus Cristo.

2. A doutrina de Cristo é mais excelente que a de todos os santos, e quem tiver seu espírito encontrará nela um maná escondido. Sucede, porém, que muitos, embora ouçam frequentemente o Evangelho, sentem nele pouco enlevo: é que não possuem o espírito de Cristo. Quem quiser compreender e saborear plenamente as palavras de Cristo é-lhe preciso que procure conformar à dele toda a sua vida.

3. Que te aproveita discutires sabiamente sobre a SS. Trindade, se não és humilde, desagradando, assim, a essa mesma Trindade? Na verdade, não são palavras elevadas que fazem o homem justo; mas é a vida virtuosa que o torna agradável a Deus. Prefiro sentir a contrição dentro de minha alma, a saber defini-la. Se soubesses de cor toda a Bíblia e as sentenças de todos os filósofos, de que te serviria tudo isso sem a caridade e a graça de Deus? Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade (Ecle 1,2), senão amar a Deus e só a ele servir. A suprema sabedoria é esta: pelo desprezo do mundo tender ao reino dos céus.

4. Vaidade é, pois, buscar riquezas perecedoras e confiar nelas. Vaidade é também ambicionar honras e desejar posição elevada. Vaidade, seguir os apetites da carne e desejar aquilo pelo que, depois, serás gravemente castigado. Vaidade, desejar longa vida e, entretanto, descuidar-se de que seja boa. Vaidade, só atender à vida presente sem providenciar para a futura. Vaidade, amar o que passa tão rapidamente, e não buscar, pressuroso, a felicidade que sempre dura.

5. Lembra-te a miúdo do provérbio: Os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir (Ecle 1,8). Portanto, procura desapegar teu coração do amor às coisas visíveis e afeiçoá-lo às invisíveis: pois aqueles que satisfazem seus apetites sensuais mancham a consciência e perdem a graça de Deus.




sexta-feira, 2 de julho de 2010

O que é a Rota do Rosário?

ROTA DO ROSÁRIO - PASTORAL DE TURISMO RELIGIOSO, SUSTENTÁVEL E ECUMÊNICO

O que é a Rota do Rosário?
A Rota do Rosário é uma ação evangelizadora da Diocese de Jacarezinho PR. Nas palavras de D.Fernando José Penteado, podemos dizer: “A Rota do Rosário é como um mosaico de pedras brilhantes. Cada comunidade coloca seu brilho com seu modo de participar. É um projeto de evangelização. É uma pastoral da igreja, uma ação evangelizadora que envolve muitas pessoas e traz benefícios para toda comunidade. É ecumênica porque não exclui ninguém”.
Qual são os objetivos do Turismo Religioso e sustentável?
Divulgar os ambientes propícios como, catedrais, santuários, igrejas, templos, capelas e locais com características do sagrado e de conotação religiosa. Expor e divulgar outros atrativos de evidências culturais locais e nativas de origem natural, oriundos de costumes ou que tenham sidos construídos, por gerações que fizeram a história da formação cultural e religiosa do povo paranaense. Fomentar as atividades artesanais, artísticas, de prestação de serviços e a geração de novos empregos. Oportunizar a evangelização, a inserção social, econômica, a convivência comunitária e familiar. Despertar, motivar e animar as comunidades carentes a fim de que tenham interesse no próprio desenvolvimento e elevação da auto-estima para viver melhor.
Quais são os parceiros da Rota do Rosário?
A CNBB, juntamente com Comissão de Desenvolvimento de Turismo Religioso do Paraná e o Regional Sul 2 da CNBB, realizou quatro oficinas em parceria com órgãos de governo, entidades privadas e empresas afins, obedecendo a um cronograma preestabelecido para o Estado do Paraná. Estas oficinas aconteceram em Campo Mourão, Jacarezinho, Curitiba e Cascavel durante 2009 e 2010.
Como vem acontecendo trabalho de Turismo Religioso na Diocese?
Existe uma comissão com representantes de cada Santuário e atrativos que se reúnem mensalmente na última quinta-feira ás 15hs. São encontros rotativos, um em cada Santuário.
Nossos Santuários
Santuário de Santa Terezinha do Menino Jesus de Bandeirantes Missa das Rosas todo dia 01 à partir das 18h com novenas, terço, testemunhos e cantos. Santuário do Senhor Bom Jesus da Cana Verde de Siqueira Campos, missas todo dia 06, às 7h, 10, 15 e 20h. Santuário de Santo Inocêncio de Tomazina, missas todo dia 09, às 10h, 15h e 17h30. Santuário Nossa Senhora das Graças de Santo Antonio da Platina, rosário e confissão as 13h30, missa às 15h. Santuário da Mãe e Rainha de Jacarezinho, missas todo dia 18, às 15h; Santuário Diocesano do Sagrado Coração de Jesus de Ibaiti, missas todo dia 19 às 19h. Santuário de São Vicente Pallotti de Ribeirão Claro, missas todo dia 22, as 15 e 20h. Existem outros santuários na Diocese que ainda não fazem parte deste trabalho articulado. Com o tempo, pretendemos tornar nossa Diocese, num destino turístico. Poderemos receber muitas pessoas de várias partes do Paraná, Brasil e mundo, graças as parcerias quem sendo feitas e a força de outras tantas rotas do Norte do Paraná, com Rota das Águas, Rota do Café, Rota dos Tropeiros e do Agronegócio.


Pe. Celso Miqueli – Coordenador Diocesano

Evangelho da Semana

Toda semana você acompanhará na coluna de Liturgia, o Evangelho do Domingo, com comentários do Diácono Reginaldo Ghergolet. Nesta semana, veja o texto de MT 16, 13-19 referente ao dia 04 de Julho.

Evangelho - Mt 16,13-19





Solenidade de São Pedro e São Paulo





“A fé de Pedro é a fé de toda a comunidade cristã”





Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus:

Naquele tempo, Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?" Eles responderam: "Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas". Então Jesus lhes perguntou: "E vós, quem dizeis que eu sou?" Simão Pedro respondeu: "Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo". Respondendo, Jesus lhe disse: "Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus!"

- Palavra da Salvação. – Glória a vós Senhor!

Diác. Reginaldo comenta:

Celebrar a solenidade de São Pedro e São Paulo é celebrar os pilares do cristianismo. Pedro representa a instituição Igreja e o fundamento da fé de todos os cristãos. Paulo representa o carisma missionário e a abertura ao Espírito que leva a salvação a todos os povos.





Vivemos em uma época de muitas propostas religiosas e de muitos interesses relacionados à religião. O Evangelho dessa semana nos ajuda a fixarmos nosso olhar no essencial e a não divagarmos na diversidade de propostas oferecidas pelo mundo.





O Evangelista Mateus apresenta a justiça de Deus e quer representar Jesus como o realizador de toda essa justiça. Como hoje, naquele tempo havia muita discrepância com relação à vinda do Messias e sua missão. Esse trecho do Evangelho é o centro da narrativa de Mateus e vem ajudar a humanidade a compreender Jesus e sua missão.





Mateus coloca Jesus e seus discípulos na cidade de Cesaréia de Felipo. Região importante onde moravam os principais líderes políticos daquela época. É a cidade do poder temporal na qual muitos acreditavam que o messias iria reinar para dominar o mundo. É nesse lugar que Jesus experimenta o conhecimento de seus discípulos perguntando o que o mundo falava de sua pessoa.





A resposta é meio confusa. O mundo não sabe realmente quem é Jesus. Confundem com João Batista, com Elias, Jeremias ou com qualquer outro profeta. É a visão deturpada que ainda hoje perdura sobre Jesus. O mundo ainda não compreendeu sua missão e o apresenta com variadas formas de acordo com o interesse de cada denominação. Para uns ele é o curandeiro, para outros é aquele que vai resolver todos os problemas financeiros e para outros ainda, é aquele que vai trazer a “grande vitória” para esse mundo. A lista continua, mas é melhor pararmos por aqui.





O mundo ainda não compreendeu quem é Jesus, por isso a mensagem de Mateus é ainda importante. O questionamento em segundo plano passa ao nível pessoal” e vós, que dizeis que eu sou??”. A resposta agora é pessoal e para retê-la é preciso ter intimidade com Jesus. Pedro havia caminhado com o Mestre e o tinha visto realizar toda a justiça no mundo. Dá testemunho do que viu e sua resposta brota desse testemunho e é o fundamento para todo o cristianismo. “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” Mt 16,16.





Pedro é um homem como os outros, mas viveu a proximidade com Jesus e percebeu sua justiça, por isso é capaz de compreender sua verdadeira missão. O fato não termina ai, Pedro é chamado a ser testemunha disso tudo no mundo. É chamado a ser fundamento (pedra) da fé na presença de Jesus no mundo, o representante da justiça de Jesus.





Como chefe da Igreja ele é a ligação entre todos os cristãos. É o portador das chaves – que simboliza a autoridade – que abrem ou fecham as portas do céu. É ainda o ponto de unidade no mundo para todos os que acreditam em Cristo.





O Papa é o sucessor de Pedro e aquele que carrega, além da autoridade, a responsabilidade confiada a Pedro. É o que “preside a caridade” como nos ensina Santo Irineu, é o conciliador da humanidade com o céu. É também o primeiro responsável a continuar mostrando ao mundo o verdadeiro Cristo de Deus lutando contra todas as deturpações que ainda perduram. É o responsável pela salvação do mundo, dos cristãos, até mesmo dos que não aceitam sua autoridade.





O Papa reza pelo mundo e chefia a maior e mais importante instituição que já existiu. É ele que mostra ao mundo o cristo a partir da experiência com o Mestre e com sua justiça no mundo.





É o mediador entre os povos, artífice da paz no mundo atribulado em que vivemos por não conhecer quem é Jesus. É o que vive na presença de Jesus e emite a todos os Filho do Deus vivo.





A fé que a humanidade tem em Cristo depende dessa fé que Pedro adquiriu com sua experiência com Jesus. A fé da humanidade em Cristo depende da responsabilidade de Pedro em exercer o mandato que o Cristo lhe impôs. O mundo ainda prefere o messias político e adaptado aos interesses. O Papa deve transmitir o Filho do Deus vivo que é a realização da Justiça de Deus no mundo.





O discípulo verdadeiro que compreendeu quem é Jesus como Pedro, é aquele que se compromete com a justiça no mundo. A função de Pedro e seus sucessores como fundamento é ajudar o mundo a se comprometer com essa justiça. Paulo, o segundo pilar da Igreja que celebramos nos faz compreender como deve ser a vida comprometida com a justiça de Jesus no mundo.





Boa semana a todos. Deus abençoe!





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Por: Diácono Reginaldo Antônio Ghergolet

São Pedro e São Paulo

4 de julho de 2010

LEITURAS

1ª leitura: At 12,1-11 = O Senhor me libertou do poder de Herodes.

Salmo Responsorial: Sl 33 = O Senhor me liberta de todos os temores.

2ª leitura: 2Tm 4,6-8.17-18 = Combati o bom combate, guardei a fé.

Evangelho: Mt 16,13-19 = Tu és Pedro!

Primeiro olhar

A identidade de Jesus é conhecida profundamente através da convivência diária com ele. Trata-se de uma condição necessária para entender a missão da Igreja como continuidade da mesma missão de Jesus Cristo. No exercício missionário, como aconteceu a Pedro e Paulo, a Igreja continua sofrendo perseguições e prisões para que a mesma missão de Jesus Cristo seja realidade entre nós.

ILUMINADOS PELA PALAVRA

O mesmo texto evangélico refletido no 12º Domingo do Tempo Comum volta na celebração da solenidade de São Pedro e São Paulo: a diferença entre a identidade de Jesus para o povo e a identidade de Jesus para seus discípulos. Na reflexão daquele Domingo, dizíamos que o melhor modo conhecer Jesus — como aliás acontece em qualquer conhecimento humano — é através da convivência. Não se conhece alguém pela teoria, que esboça idéias e forma conceitos; o conhecimento de pessoas acontece pela convivência diária. Este conhecimento é necessário, como se dizia, a quem se coloca na estrada do discipulado: antes de entrar nesta estrada, antes de assumir este modo de vida, é preciso conhecer quem é Jesus. As mesmas motivações estão presentes na solenidade de São Pedro e São Paulo, mas com um acréscimo: a disposição para continuar a mesma missão de Jesus, como está implícito na destinação ministerial de construir a Igreja sobre a rocha da fidelidade de Pedro (Evangelho). O conhecimento da identidade de Jesus, que acontece de modo profundo pela intimidade da convivência diária, reflete-se igualmente na disposição missionária de Paulo, ao fazer de sua vida uma oferenda, um sacrifício (2ª leitura).

O conhecimento da intimidade de Jesus, que resultará na continuidade da mesma missão de Jesus, muito presente no simbolismo da entrega das chaves a Pedro (Evangelho), traz consigo a exigência de conhecer a missão da Igreja neste mundo, identificando-a como “Corpo Místico de Cristo”, de acordo com a teologia paulina, na qual Cristo é a cabeça deste Corpo (1Cor 12,27). Ou então, compreender que o próprio Cristo continua vivendo na sua Igreja e, por meio dela, continua sua missão de anunciar o Reino e implantá-lo no mundo. Isso implica em considerar a missão da Igreja como missão divina, mas realizada por homens, dos quais, São Pedro e São Paulo são apresentados como modelos propostos à imitação da Igreja de todos os tempos, especialmente deste nosso tempo, tão marcado pela mentalidade pós-religiosa. Um tempo que tenta, apesar de tantos discursos com temas de liberdade de pensamento e expressão, prender a Igreja nas mais diversas prisões, algumas delas camufladas em ideologias e mentalidades, e a persegue das mais diferentes formas (1ª leitura).

Mesmo perseguida, feita prisioneira e acusada de estar contra tantas coisas, a libertação milagrosa de Pedro (1ª leitura) é indicativo que Jesus não quer sua Igreja prisioneira de nenhuma forma de prisão, principalmente presa em medos ou receosa de julgamentos acusatórios, tantas vezes com premissas falsas. A missão da Igreja, de continuar a obra de Jesus Cristo no mundo, é definida por Paulo como um “bom combate”. A estratégia para vencer este “bom combate” consiste em guardar a fé, reconhecer que Jesus está sempre presente entre nós (2ª leitura) e fazer da oração perseverante seu sustento (1ª leitura). Quando o receio e, em casos agudos, o medo começa impedir a continuidade da missão de Jesus Cristo no mundo, da parte da Igreja, é bom inspirar-se no poema do salmista para recobrar o ardor e as forças: “contemplai a sua face e alegrai-vos (pois) o Senhor o liberta de toda sua angustia (salmo responsorial).

ILUMINADOS PELAS ORAÇÕES (eucologia da missa)

Diante do contexto social, especialmente em âmbito mundial, no qual a Igreja sente uma forte pressão cultural, a primeira intenção desta celebração intercede a fortaleza divina para que a Igreja continue firmemente a missão de Jesus no mundo. Os celebrantes imploram a graça de viverem na mesma fidelidade de São Pedro e São Paulo, que deram suas vidas pela missão da Igreja (antífona de entrada), sustentada na fidelidade de Pedro, pedra sobre a qual a Igreja é construída (aclamação ao Evangelho e antífona de comunhão). Rezar esta celebração é renovar o compromisso de assumir, como membro vivo da Igreja, a missão de Jesus (oração do dia) e, a exemplo dos apóstolos Pedro e Paulo, fazer da vida uma oferenda (sobre as oferendas) em vista do bem e da unidade dos cristãos (depois da comunhão).

Proclamar a Oração Eucarística I com o Prefácio próprio desta Solenidade

Tema: “A dupla missão de Pedro e Paulo na Igreja” — Pedro como fundador da Igreja primitiva e Paulo como missionário das nações. A Igreja dá graças a Deus porque reconhece neles a fidelidade a Jesus Cristo e ao projeto divino.

ILUMINADOS PELA VIDA

O positivismo coloca a exigência de aceitar somente o que se vê e o que pode ser provado. O que foge desse raio de abrangência não existe ou é taxado de mito. É assim que a maior parte da comunidade cientifica trata a religião: como mito, no sentido que este oferece explicações fora da realidade para satisfazer o conhecimento de algo impossível de se compreender. Ou seja, quando a mente não compreende um fenômeno, diz-se que é vontade de Deus, o que caracteriza o mito, nos tempos atuais.

Com tal mentalidade a sociedade atual, graças ao modo com a qual a mídia divulga somente as descobertas bem sucedidas, sempre classificando-as como grandes e espetaculares, pouco a pouco vai deletando conceitos religiosos, como transcendência, espiritualidade e mística. No mundo acadêmico repete-se aquilo que diziam estadistas e pensadores da Idade Moderna: em duas ou três gerações, a religião não existirá mais. Alguns sociólogos atuais, descrevem o atual momento histórico como a época do fim da religião por considerarem a incompatibilidade entre fé e ciência e, principalmente, pela não observância dos princípios morais que a religião propõe à sociedade. Os valores morais e as metas existências deixaram de buscar o céu e passaram a buscar a riqueza, os bens, o lazer deste mundo; um céu que não espera a morte. A vida interior, na qual a religião cultivava a espiritualidade e a mística, deu lugar ao corpo bem modelado, às plásticas e ao silicone.

Obviamente que isso repercute fortemente no cristianismo e na missão da Igreja. Uma influência tamanha a ponto de enfraquecer o testemunho de leigos, ministros ordenados e religiosos, com a argumentação que o cristão não deve ser alguém diferente no mundo. De fato, os cristãos nunca foram diferentes quanto ao modo de vestir, de viver na sociedade; o que os distinguem é o comportamento e a mentalidade. E é justamente ai que se relaxa, iludindo-se de que ser igual a todos é um modo excelente de evangelização. Não estou dizendo que devamos nos vestir diferentes e ser estranhos na sociedade, mas se concordamos com a mentalidade do mundo, onde está o diferencial do testemunho? A mentalidade do “não se distinguir do mundo” pode ser um modo sutil de ser prisioneiro do mundo e no mundo.

Hoje, passamos por um momento histórico crítico, do ponto de vista religioso. Mas, historicamente falando, é nestes momentos que muitos assumem o compromisso cristão com maior radicalidade, como refletíamos no Domingo passado, e expressam isso sinais, como no vestuário. É o que se vê em tantos rapazes e moças, com hábitos de religiosos ou com cruzes identificando sua opção de vida. Nem todos vêem com bons olhos a radicalidade evangélica de muitos jovens, mas esse modo de ser de um número cada vez mais crescente em vocacionados pode muito bem ser um jeito de Deus falar e mostrar como, silenciosamente, devemos falar das coisas eternas ao mundo de nossos dias. Se a veste não faz o monge, um monge vestido diferente pode incomodar; incomodar e silenciosamente questionar.

(Francisco Régis)

CONTEXTO CELEBRATIVO

É um contexto marcado pela memória da missão da Igreja na sociedade de todos os tempos, mas especialmente nos tempos atuais. É uma celebração que reforça o empenho missionário da Igreja, a partir de Jesus Cristo como pedra fundamental, sobre quem derivam igualmente atividades pastorais e caminhos de espiritualidade e de mística.

Oração pelo Papa

Ó Jesus, Rei e Senhor da Igreja:

Nós vos pedimos pelo nosso Papa Bento XVI,

Que colocastes à frente de vossa Igreja

para mostrar o caminho seguro que devemos seguir,

em meio à desorientação, à inquietude e ao desassossego.

Cremos que, por meio dele, vós nos governais,

ensinais e santificais, e que, sob o seu cajado,

formamos a verdadeira Igreja:

una, santa, católica e apostólica.

Protegei a sua vida,

iluminai a sua inteligência,

fortalecei o seu espírito,

defendei-o das calúnias e da maldade.

Aplacai os ventos da infidelidade e da desobediência,

e concedei que, em torno a ele,

a vossa Igreja se conserve unida,

firme na fé e nas obras,

e seja instrumento da vossa redenção.

Amém!

VAMOS CANTAR A CELEBRAÇÃO

NB

As canções sugeridas têm a finalidade de facilitar o repertório da celebração. Normalmente, propomos cinco canções. Caso, nenhuma seja conhecida, a poesia da letra poderá orientar na escolha de outra canção. Os números entre parêntesis indicam o número da canção, na lista após comentário.

Siglas

SAL – a letra da canção encontra-se na página – www.liturgia.pro.br

HL = “Hinário Litúrgico da CNBB” (Livro de canções publicado pela CNBB)

CO = “Cantos e Orações” (Livro de canções publicado pela Editora Vozes, 2004)

L = “Louvemos” (Livro de canções publicado pela “Associação do Senhor Jesus”)

CD = CD publicado pela Paulus com cantos do Hinário Litúrgico da CNBB.

Conscientes de que, como discípulos e discípulas de Jesus damos continuidade à sua missão no mundo de hoje, cantar esta celebração é dar graças a Deus por ter em Pedro e Paulo o testemunho da fidelidade e da perseverança em nunca desistir diante dos desafios do mundo.

Entrada: como Igreja que reconhece em Pedro e Paulo instrumentos de Deus para que a Igreja continue a mesma missão de Jesus Cristo, a procissão de entrada poderá cantar este mistério, que se realiza através da vida humana. Ouvir a canção (2) em http://www.krafta.info/br/search/canta-meu-povo/1/mp3 no n. 15.

1 – “Hoje e sempre da Igreja pilares” (SAL 1027) (CO 1300)

2 – “Canta meu povo” (SAL 1026) (CD Festas Litúrgicas II; faixa 16)

3 – “Estes são os santos” (SAL 1028) (HL, 4o fasc., p. 228)

4 – “Aqui estou” (SAL 793) (HL, 3o fasc., p. 317)

5 – “Senhor se tu me chamas” (SAL 78) (CO 562)

Outras canções de entrada no site: www.liturgia.pro.br

[SAL 1029] [SAL 1030]

Ato penitencial: a proposta de cantar o ato penitencial, com a melodia sugerida, chama atenção dos celebrantes para que se sintam Igreja e se coloquem diante de Deus e diante de toda sociedade como necessitados de perdão pelas faltas, especialmente, aquelas que impedem a continuidade da missão de Jesus Cristo entre nós. Ouvir a melodia em http://www.krafta.info/br/search/pelos-pecados/1/mp3

1 – “Pelos pecados, erros passados” (SAL 922) (CO 896)

Salmo responsorial: Deus, que confia à sua Igreja a missão de dar continuidade ao projeto de Jesus, sustenta aqueles que o contemplam e o reconhecem como a força de suas vidas. Por isso, um convite especial para agradecer, pois Deus liberta de todos os temores quem a ele se confia, especialmente quando estão a serviço do Evangelho.

1 – cf. “Cantado salmos e aclamações” (Paulus) p. 254

2 – cf. HL da CNBB, fasc. 4, (Paulus), p. 138.

3 – cf. CD Festas Litúrgicas II; faixa 16

4– “De todos os temores” http://www.krafta.info/br/search/sl-33/1/mp3

Aclamação ao Evangelho: enquanto os celebrantes participam da procissão do Evangeliário, a assembléia canta o compromisso que Jesus confere a Pedro ao lhe entregar as chaves para conduzir sua Igreja. Três aclamações ao Evangelho podem ser ouvidas: http://www.krafta.info/br/search/aleluia-tu-és-pedro/1/mp3

1 – “Aleluia! Tu és Pedro” (SAL 1031) (CO 1036) (2 primeiras estrofes)

2 – “Aleluia! Se alguém quer vir” (SAL 211)

3 – “Aleluia! Sobre a terra” (SAL 776) (cantar 1ª e 2ª estrofes).

4 – “Aleluia! Quem me ouve” (SAL 1032) (CO 1107).

5 – “Aleluia! Tu és Pedro” (SAL 1033) (CD Festas Litúrgicas II; faixa 19)

Ofertas: as oferendas colocadas no altar do Senhor representam aquilo que cada um vive e, nesta celebração, o esforço em fazer da própria vida uma oferenda agradável ao Pai, a exemplo de Paulo. Por isso, nossa proposta de canção para acompanhar o rito da apresentação das oferendas é a canção (4), que canta um princípio pastoral de Paulo. Ouvir a canção, com o n. 1030: http://www.krafta.info/br/search/quem-nos-separará/1/mp3

1 – “As sementes que me deste” (SAL 1034) (CO 728)

2 – “A mesa santa que preparamos” (SAL 249) (CO 725)

3 – “Muitos grãos de trigo se tornaram pão” (SAL 261) (CO 717)

4 – “Quem nos separará” (SAL 1010) (CD Festas Litúrgicas II; faixa 20)

5 – “Sabes, Senhor” (SAL 277) (CO 148)

Outras canções de ofertas no site: www.liturgia.pro.br

[SAL 260] [SAL 273] [SAL 284]

Comunhão: estamos propondo fazer o caminho até a Mesa Eucarística destacando a perseverança da oração, a paz divina que fortalece a missão e a profissão de fé em Jesus, Filho do Deus vivo. A canção (3) é uma boa proposta, pois a exemplo dos apóstolos Pedro e Paulo, também somos chamados a caminhar com Cristo. A mesma mensagem se encontra na canção (2). Ouvir a canção: http://www.krafta.info/br/search/Me-Chamaste-Para-Caminhar/1/mp3

1 – “A tua vida, Senhor, é minha vida” (SAL 1036) (CO 580)

2 – “O Senhor me chamou” (SAL 1037) (CO 589)

3 – “Me chamaste para caminhar” (SAL 57 (CO 571)

4 – “Toda Igreja unida, celebra” (SAL 1035) (CD Festas Litúrgicas II; faixa 21)

5 – “Feliz o homem que ama o Senhor” (SAL 296) (CO 528)

Outras canções de comunhão no site: www.liturgia.pro.br

[SAL 422]

Envio: é um envio compromissado com a missão da Igreja, que diz respeito a todos os cristãos, de dar continuidade à missão de Cristo entre nós. Nossa proposta é a canção (4), considerando que o melhor modo de realizar isso em nossa realidade histórica é pelo testemunho do amor. A canção (5) é o hino dos apóstolos Pedro e Paulo e, não deixa de ser uma boa proposta para acompanhar a dissolvência da assembléia. http://www.krafta.info/br/search/ainda-que-eu-fale/1/mp3

1 – “Vamos sem temor ao mundo” (SAL 937)

2 – “Vai por este mundo afora” (SAL 1038) (CO 800)

3 – “Sou feliz, Senhor, porque tu vais comigo” (SAL 649) (CO 802)

4 – “Ainda que eu fale, a língua dos homens” (SAL 286) (CO 1375)

5 – “Hoje e sempre da Igreja” (SAL 1027) (CO 1300) http://www.krafta.info/br/search/Hino-Pedro-E-Paulo/1/mp3

O QUE VALORIZAR NA CELEBRAÇÃO

O contexto espacial da Liturgia da Palavra apresenta Pedro e Paulo no cárcere, impotentes diante do mundo, mas libertados e fortalecidos pela presença de Jesus Cristo. Outro contexto espacial está no diálogo entre Jesus e Pedro.

Espaço simbólico: alguma imagem que marque a presença de Pedro e Paulo, seja uma estátua ou pintura ou ícone, é uma boa opção para formar o espaço simbólico desta celebração. Também uma imagem do Papa poderá ser colocada diante dos celebrantes, para comemorar o seu dia. As flores terão a finalidade de dar um toque de festa e de alegria pela comemoração destes santos que tanto representam para a Igreja.

Uma possibilidade é fazer dois banners e colocá-los um de cada lado do presbitério ou, juntar as duas imagens para fazer um único banner.

As imagens refletem a missão de Pedro, simbolizada na chave e a missão de Paulo, simbolizada na epístola que tem na mão esquerda.

Frase celebrativa: diante da missão de Pedro e Paulo, a frase que escolhemos, da 2° leitura, resume de onde vem a força destes homens para dar continuidade à missão de Jesus no mundo.

Frase celebrativa

O Senhor está ao meu lado!

Equipe de acolhida: certamente que todos os Domingos são dias festivos, mas o sentido que estamos querendo dar ao “dia de festa” tem a ver com a tradição popular, que tem em Pedro e Paulo santos muito queridos.

Frase de acolhida

Sejam bem-vindos!

Hoje, é dia de festa!

Ambientação: a ambientação poderá ser feita com a acolhida das imagens de São Pedro e São Paulo, sejam estátuas ou ícones. Outro modo de ambientar a celebração, é convidando os celebrantes a considerar que a missão de Pedro e Paulo continua a missão de Jesus entre nós e esta continua sendo a missão do Papa. Se o quadro do Papa estiver diante da assembléia, explicar o motivo que neste Domingo celebra-se o Dia do Papa, no qual rezamos pelo Santo Padre.

Ritos iniciais

É devido ao profundo conhecimento de Jesus que Pedro e Paulo deram suas vidas para que a missão de Jesus entre nós chegasse até nós. Eis um bom motivo para que a assembléia litúrgica deste Domingo renove seu compromisso de fidelidade ao projeto de Jesus.

Antífona de entrada: Pedro e Paulo, os plantadores da Igreja, assumiram a mesma missão de Jesus Cristo, inclusive através do cálice do martírio.

Antífona de entrada

Eis os santos

que, vivendo neste mundo,

plantaram a Igreja,

regando-a com seu sangue.

Beberam do cálice do Senhor

e se tornaram amigos de Deus.

Acolhida presidencial: foi pela graça da presença de Jesus Cristo, que Paulo foi fortalecido e libertado do mal em sua missão apostólica (2L).

Modelo para acolhida presidencial

A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que fortalece nossas vidas e nos liberta de todo o mal, esteja convosco.

T – Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Monição inicial: anunciar o motivo da celebração deste Domingo, e pedir orações pelo Papa, por celebrar-se, neste Domingo, o “Dia do Papa”.

Modelo de monição inicial

Este Domingo é dedicado à memória dos Santos Pedro e Paulo. Foram eles que, por fidelidade à missão de Jesus, trouxeram a Igreja para o Ocidente para dar continuidade à mesma missão de Jesus entre nós.

Aqui entre nós, no Brasil, celebra-se neste Domingo o “Dia do Papa”. É em sua intenção particular que celebramos esta Missa e por quem convido cada um a rezar silenciosamente.

(Breve pausa para que os celebrantes possam rezar em silêncio pelo Papa).

Ato penitencial: é como Igreja que precisamos nos ajoelhar penitentes diante de Deus e pedir perdão pelas vezes que não demos continuidade à missão de Cristo entre nós.

Anotações práticas

O ato penitencial cantado tem a finalidade de chamar atenção dos celebrantes para a importância do testemunho na continuidade da missão de Cristo entre nós.

Modelo para o ato penitencial

P – É como Igreja que nos colocamos diante de Deus e diante de toda sociedade, para pedir perdão de nossas faltas, especialmente quando não demos continuidade à missão de Jesus Cristo entre nós.

(breve pausa silenciosa)

Canto do Ato penitencial

Pelos pecados, erros passados,

por divisões na tua Igreja, ó Jesus.

Senhor, piedade! Senhor, piedade!

Senhor, piedade, piedade de nós!

[Cristo, piedade!] (bis)

Quem não te aceita,

quem te rejeita, pode não crer

por ver cristãos que vivem mal!

Hoje, se a vida é tão ferida,

deve-se à culpa,

indiferença dos cristãos!

P – Deus, que sois a fonte da missão da Igreja, perdoai-nos pelas vezes que não testemunhamos vosso Reino entre nós, e concedei-nos a graça de participar da vida eterna.

T – Amém!

Rito de glorificação inicial: a santidade e a fidelidade à missão de Jesus Cristo, em Pedro e Paulo, é obra divina; por esta obra, Deus merece ser glorificado.

Modelo de motivação para o rito do glória

Glorifiquemos nosso Deus que fortaleceu Pedro e Paulo como modelos de santidade e fidelidade à missão de Jesus Cristo entre nós.

Oração do dia: interceder a graça para que, seguindo o exemplo de São Pedro e São Paulo, possamos conhecer Jesus e seguir seus ensinamentos.

Oremos

Ó Deus, que hoje concedeis a alegria de festejar São Pedro e São Paulo, concedei à vossa Igreja seguir em tudo os ensinamentos destes apóstolos que nos deram as primícias da fé. PCNS.

T – Amém!

Liturgia da Palavra

O assumir a missão de Cristo só acontece quando se conhece Jesus Cristo e o motivo de sua presença entre nós. É deste conhecimento que nasce o empenho para com o projeto e a missão de Jesus entre nós.

Proposta para a homilia

Objetivo: esclarecer aos celebrantes que a missão da Igreja é dar continuidade à missão de Jesus Cristo entre nós. É para isso que Jesus confia a Pedro as chaves e o faz pedra sobre a qual constrói sua Igreja.

Dinâmica: nossa proposta de homilia é um tanto teológica e catequética. Por este motivo precisa ser adaptada à compreensão de cada comunidade, com a dinâmica de uma linguagem mais popular, com exemplos e comparações próprias da sua comunidade.

Profissão de fé: as atitudes de Pedro e Paulo diante de Jesus oferecem uma motivação especial para a realização do rito da profissão de fé especial.

Modelo de Profissão de fé

P – Pedro disse: “Agora sei que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar”. Lembrados desta Palavra, eu pergunto: credes em Deus Pai, criador de todas as coisas e sempre pronto para nos libertar das prisões que nos impedem de viver em favor dos nossos irmãos?

T – creio!

P – Pedro disse: “Vós sois o Messias de Deus”. Lembrados desta Palavra, eu vos pergunto: credes em Jesus Cristo, Filho de Deus, o enviado de Deus para nos trazer a salvação?

T – creio!

P – Paulo disse: “Ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente”. Lembrados desta Palavra, eu vos pergunto: credes que o Espírito Santo vive em nós e nos leva à santidade para que vivamos integralmente o Evangelho?

T – creio!

P – Disse Jesus: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Credes na Igreja, una, santa, católica e apostólica, que foi instituída por Cristo tendo em Pedro e nos seus sucessores o seu verdadeiro fundamento?

T – creio!

P - Pedro e Paulo viveram sua fé em Cristo até as últimas conseqüências, por isso eu vos pergunto: credes que o batismo que recebestes vos torna comprometidos a viver o Evangelho em todos os momentos da vida até as últimas conseqüências?

T - creio

Oração dos fiéis: interceder a Jesus a graça continuar na fidelidade ao Evangelho para dar continuidade à missão que dele recebemos.

P – A Cristo que confiou a continuidade de sua missão a Pedro e à sua Igreja, elevemos confiantes nossas preces.

Concedei-nos a graça, Senhor, de professar com nossa vida que sois o Cristo, o Filho do Deus vivo.

Solo – Vossa Igreja eleva o clamor:

T - Escutai nossa prece, Senhor!

Amparai e protegei a vossa Igreja, que caminha nas estradas do mundo, e não a deixai prisioneira de nenhum tipo de cárcere.

Solo – Vossa Igreja eleva o clamor:

T - Escutai nossa prece, Senhor!

Abençoai nosso Papa Bento XVI com a presença de vosso Espírito, para que conduza vossa Igreja na fidelidade do Evangelho.

Solo – Vossa Igreja eleva o clamor:

T - Escutai nossa prece, Senhor!

Sustentai em vossa bondade, os bispos do mundo inteiro, para que edifiquem a Igreja na fidelidade à vossa missão e ao vosso Evangelho.

Solo – Vossa Igreja eleva o clamor:

T - Escutai nossa prece, Senhor!

Aumentai em nós a consciência de que somos chamados a viver na fidelidade ao projeto do Reino para o bem da Igreja e da humanidade.

Solo – Vossa Igreja eleva o clamor:

T - Escutai nossa prece, Senhor!

P – Nós professamos, Senhor, que sois o Messias, o Filho do Deus vivo, que veio a este mundo para nos trazer a vida em abundância. Acolhei as preces que fazemos na comemoração de vossos apóstolos Pedro e Paulo, para que possamos ser fiéis à missão que de vós recebemos. Vós que viveis com o Pai e o Espírito Santo.

T – Amém!

Liturgia Sacramental

Dar graças a Deus porque, em São Pedro e São Paulo, temos exemplos concretos de como enfrentar os desafios que o mundo e a humanidade colocam à Igreja para dar continuidade à missão de Jesus entre nós.

Procissão das ofertas: assim como Paulo reconheceu que sua vida era uma oferenda a Deus, depois de ter combatido o bom combate e ter guardado a fé, da mesma forma, é convidado a entrar na procissão das ofertas desta celebração quem é capaz de fazer de cada dia de sua vida uma oferenda agradável ao Pai.

Anotações práticas

Antes de iniciar a missa, convidar vários celebrantes e agentes de pastorais para levar as oferendas ao altar, com a finalidade de significar que todos, como Igreja, independente de participar ou não de pastorais ou trabalhos comunitários, continuam a missão de Cristo, através da Igreja.

Orate fratres: a transformação da vida em oferenda, como dizia Paulo (2L), é um modo favorável de oferecer uma oferta agradável ao Pai.

Orate fratres

Orai, irmãos e irmãs, para que transformando nossas vidas em oferendas, possamos oferecer um sacrifício agradável a Deus Pai todo-poderoso.

T – Receba o Senhor por tuas mãos

Oração eucarística: agradecer a graça de Pedro e Paulo serem os continuadores da missão de Cristo entre nós, através da Igreja.

Modelo de monição para a Oração Eucarística

Somos agradecidos a Deus Pai por ter escolhido Pedro e Paulo como continuadores da missão de Cristo através da Igreja. Em silêncio, demos graças ao Pai.

Preparação para a comunhão

Com o compromisso de assumir a missão de São Pedro e São Paulo, os celebrantes são convidados a se preparem para entrar na procissão que os levará a comungar a vida divina no Corpo e Sangue do Senhor.

Pai nosso: a 1ª leitura diz que a Igreja era perseverante na oração enquanto Pedro estava na prisão, e Deus ouviu sua prece.

Convite para o Pai nosso

Como Igreja que continuamente persevera na oração, rezemos como Jesus nos ensinou: Pai nosso....

Abraço da paz: desejar a mesma paz divina que sempre fortaleceu a vida de Pedro e Paulo na missão de dar continuidade ao projeto de Jesus

Proposta de saudação da paz

Desejemos uns aos outros a paz divina que fortalece a missão que recebemos de Jesus.

Convite para a comunhão: como Pedro, no Evangelho, nós professamos diante de Jesus Eucarístico que ele é o Filho do Deus vivo.

Proposta de convite para a comunhão

Nós cremos que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.

Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

Ritos finais

Depois de celebrar a alegria dos Apóstolos Pedro e Paulo, destinados pelo próprio Jesus a dar continuidade da sua missão entre nós, a Liturgia propõe a mesma missão aos celebrantes, enquanto membros do Corpo Místico de Cristo.

Compromisso concreto: o compromisso que Pedro e Paulo receberam de Jesus, de dar continuidade à missão do Mestre não diz respeito somente ao Papa e aos bispos e não nos isenta da responsabilidade de continuar a mesma missão de Jesus como membros da Igreja. Uma missão que é realizada através do testemunho, especialmente do testemunho do amor, como Paulo descreve no seu hino à caridade (1Cor 13).

Anotações práticas

O coordenador do CPP poderá passar o compromisso concreto, destacando a importância que a pastoral e as atividades da Igreja assumem depois desta celebração, especialmente depois de celebrar que a Igreja continua a mesma missão de Jesus entre nós.

Bênção e despedida: adotar o rito da bênção solene dos apóstolos Pedro e Paulo, que se encontra no Missal Romano, p. 527.

Bênção solene – celebração de São Pedro e São Paulo

P – O Senhor esteja convosco

T – Ele está no meio de nós

Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, que vos deu por fundamento aquela fé proclamada pelo apóstolo Pedro e sobre a qual se edifica toda a Igreja.

T – Amém!

Ele, que vos instruiu pela incansável pregação de São Paulo, vos ensine a conquistar também novos irmãos para o Cristo.

T – Amém!

Que a autoridade de Pedro e a pregação de Paulo vos levem à pátria celeste, onde chegaram gloriosamente um pela cruz e outro pela espada.

T – Amém!

Abençoe-vos o Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.

T – Amém!

Para o envio, no final da celebração, pode-se dizer:

Como Pedro e Paulo amem a Cristo e amem a Igreja.

Ide em paz, o Senhor vos acompanhe.


LITURGIA DA PALAVRA (leituras)

Atenção

No quadro abaixo estamos propondo uma monição geral da Liturgia da Palavra, que poderá ser feita pelo sacerdote ou pelo comentarista. Esta monição elimina as motivações de cada uma das leituras.

A Igreja existe para dar continuidade à missão de Jesus Cristo aqui na terra. Por isso, a Igreja não pode viver encarcerada em nenhum tipo de prisão, mas deve estar pronta para combater o bom combate da fidelidade e testemunhar que Cristo continua ainda hoje construindo sua Igreja sobre Pedro.

Primeira leitura - At, 12,1-11

Leitura dos Atos dos Apóstolos

Naqueles dias,

O rei Herodes prendeu alguns membros da Igreja, para torturá-los

Mandou matar à espada Tiago, irmão de João

E, vendo que isso agradava aos judeus,

mandou também prender a Pedro.

Eram os dias dos Pães ázimos.

Depois de prender Pedro, Herodes colocou-o na prisão

guardado por quatro grupos de soldados,

com quatro soldados cada um.

Herodes tinha a intenção de apresentá-lo ao povo

depois da festa da Páscoa.

Enquanto Pedro era mantido na prisão,

a Igreja rezava continuamente a Deus por ele.

Herodes estava para apresentá-lo.

Naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados

preso com duas correntes;

e os guardas vigiavam a porta da prisão.

Eis que apareceu o anjo do Senhor

e uma luz iluminou a cela.

O anjo tocou o ombro de Pedro, acordou-o

"Levanta-te depressa! "

As correntes caíram-lhe das mãos.

O anjo continuou:

"Coloca o cinto e calça tuas sandálias!"

Pedro obedeceu e o anjo lhe disse:

"Põe tua capa e vem comigo!"

Pedro acompanhou-o, e não sabia que era realidade

o que estava acontecendo por meio do anjo,

pois pensava que aquilo era uma visão.

Depois de passarem pela primeira e segunda guarda

chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade.

O portão abriu-se sozinho.

Eles saíram, caminharam por uma rua

e logo depois o anjo o deixou.

Então Pedro caiu em si e disse:

"Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo

para me libertar do poder de Herodes

e de tudo o que o povo judeu esperava!"

Palavra do Senhor.

Graças a Deus

Salmo responsorial – Sl 33

De todos os temores me livrou o Senhor Deus

Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,

seu louvor estará sempre em minha boca.

Minha alma se gloria no Senhor;

que ouçam os humildes e se alegrem!

De todos os temores me livrou o Senhor Deus

Comigo engrandecei ao Senhor Deus

exaltemos todos juntos o seu nome!

Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu,

e de todos os temores me livrou.

De todos os temores me livrou o Senhor Deus

Contemplai a sua face e alegrai-vos,

O vosso rosto não se cubra de vergonha!

Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido,

E o Senhor o libertou de toda angústia.

De todos os temores me livrou o Senhor Deus

O anjo do Senhor vem acampar

Ao redor dos que o temem, e os salva.

Provai e vede quão suave é o Senhor!

Feliz o homem que tem nele o seu refúgio.

De todos os temores me livrou o Senhor Deus

Segunda leitura - 2Tm 4,6-8.17-18

Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo

Caríssimo:

Quanto a mim,

eu já estou para ser derramado em sacrifício;

aproxima-se o momento de minha partida.

Combati o bom combate,

completei a corrida, guardei a fé.

Agora está reservada para mim a coroa da justiça

que o Senhor justo juiz, me dará naquele

e não somente a mim,

mas também a todos os que esperam com

a sua manifestação gloriosa.

Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças,

ele fez com que a mensagem

fosse anunciada por mim integralmente,

e ouvida por todas as nações;

e eu fui libertado da boca do leão.

O Senhor me libertará de todo mal

e me salvará para o seu Reino celeste.

A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém

Palavra do Senhor.

Graças a Deus


REFLEXÃO CELEBRATIVA (proposta de homilia)

1 – Identidade de Jesus

Há dois Domingos, a Liturgia propunha o mesmo Evangelho que acabamos de ouvir, mas com duas diferenças. Naquele Domingo, o Evangelho tinha sido escrito por Lucas e, neste Domingo, o Evangelista é São Mateus. A segunda diferença é a finalidade do conhecimento da identidade de Jesus Cristo. Há dois Domingos dizíamos que o conhecimento da identidade de Jesus acontece pela convivência e se faz necessária para quem deseja entrar na estrada do discipulado. Ou seja, antes de ser discípulo é preciso conhecer, pela convivência, quem é o Mestre. Não se conhece Jesus por teorias ou livros, mas convivendo com ele no cotidiano. Hoje, o conhecimento de Jesus, pela convivência, se faz necessário por outro motivo: para dar continuidade à missão de Jesus através da Igreja. Depois de Pedro professar quem é Jesus, Jesus lhe confere as chaves, passa a ele a continuidade da sua missão aqui na terra. Dizendo de outro modo: para se dar continuidade à missão de Jesus, é preciso conhecer e reconhecer que ele é o Filho de Deus que veio ao mundo para trazer o projeto divino.

2 – A missão da Igreja

Mas, tem o outro lado da moeda: o que acabei de dizer ajuda entender que só podemos conhecer a identidade da Igreja a partir da missão de Jesus. O não conhecimento de Jesus implica em não conhecimento da Igreja e da sua missão aqui na terra. A Igreja é, em primeiro lugar, a continuadora da missão de Jesus na terra e esta missão é marcada pela fidelidade a Jesus Cristo e pela fidelidade ao Evangelho. O primeiro nesta fidelidade foi Pedro e, hoje, esta fidelidade se encontra na pessoa do Papa, a quem chamamos de Sucessor de Pedro, a quem chamamos também de Vigário de Cristo, porque ele que está no lugar de Jesus para confirmar a continuidade da missão de Jesus entre nós. A Igreja, portanto, não é fonte de devoções ou práticas religiosas, como tantos a identificam, ou, pior ainda, um grande marketing que oferece “produtos” religiosos. A Igreja é um Corpo vivo que continua a missão de Jesus na terra, que continua o mesmo projeto que Jesus trouxe de junto de Deus. Sem esta visão, sem este conhecimento da identidade da Igreja dificilmente se compreenderá a Igreja e, mais dificilmente ainda, se compreenderão as posições da Igreja a respeito da mentalidade atual.

3 – Pedro recebe as chaves de Jesus

Se a Igreja existe para continuar a missão de Jesus isso implica dizer que a Igreja se mantém através da fidelidade a esta missão que recebeu do próprio Jesus. Jesus simbolizou esta fidelidade com a entrega das chaves e com a frase: “tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”. Pedro é a pedra, a firmeza, a sustentação sobre a qual Jesus constrói, no decorrer da história humana, a sua Igreja. São Paulo, escrevendo aos Coríntios dizia que a Igreja é o Corpo místico de Jesus; que Jesus é a cabeça deste corpo do qual nós participamos como membros. Compreende-se que, mesmo que a Igreja tenha uma estrutura humana, mesmo que a Igreja tenha uma organização humana, mesmo que a visibilidade da Igreja seja humana, quem a constrói, quem a sustenta é Jesus Cristo. Quando Jesus diz que “é sobre esta pedra” que constrói sua Igreja, não se refere unicamente à pessoa de Pedro ou do Papa, mas diz respeito à humanidade. Cristo escolheu construir sua Igreja fundamentando-a na humanidade, confiando que a humanidade possa continuar sua missão aqui na terra, como descrito no Evangelho.

4 – As prisões do mundo moderno

Para a Igreja continuar a missão de Jesus na terra percebe-se que a Igreja não pode ser prisioneira, não pode ficar prisioneira em nenhum tipo de cárcere criado pelo mundo. A narrativa da libertação milagrosa de Pedro, na 1ª leitura, é uma expressão clara disso. Se em muitos locais do mundo, a Igreja é feita prisioneira, com cristãos sendo perseguidos e presos em cadeias, entre nós, a situação é outra: existem situações, ideologias e mentalidades que podem prender a Igreja em cárceres, impedindo-a de continuar a missão de Jesus entre nós, impedindo-a de construir o Reino de Deus em nosso mundo. Seria muito longo descrever tantas situações nas quais se procura prender a Igreja nos dias de hoje, como por exemplo, desacreditando-a, acusando-a de retrógada, generalizando escândalos, como ouvimos ultimamente... diante de fatos assim, o risco maior da Igreja é se deixar encarcerar pelo medo, pelo receio do que os outros dirão, ou pelo nivelamento com os valores do mundo.

5 – Como a Igreja combate o “bom combate”

São Paulo, na 2ª leitura, compara a continuidade da missão de Jesus pela Igreja como um “bom combate” e apresenta uma estratégia muito segura para vencer o medo e as prisões deste mundo. A estratégia para vencer este “bom combate” consiste em guardar a fé, reconhecer que Jesus está sempre presente entre nós e fazer da oração perseverante o seu sustento. É isso que queremos pedir a Deus em favor da Igreja, na qual vivemos neste momento histórico e rezar pelo nosso Papa Bento XVI, que continua a missão de Pedro nos dias atuais. Peçamos a Deus, para que nos momentos mais agudos e de grandes dificuldades, Bento XVI se inspire no poema do salmista para recobrar o ardor e as forças, dizendo: “contemplei a sua face e alegrei-me (pois) o Senhor liberta de toda angustia e salva”. Amém!

Coordenação: Serginho Valle

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São José do Rio Preto, maio de 2010.

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