sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O bem que fizermos aos outros é a moeda que circula no Além


A Liturgia da Palavra deste 26.º Domingo do Tempo Comum, Ano C, centraliza as nossas reflexões no uso dos bens terrenos em proveito do bem comum, em especial para com os mais carenciados. As palavras do Profeta Amós e a parábola do rico avarento e o pobre Lázaro, evidenciam o contraste da atitude egoísta dos ricos que não se importam com a miséria dos pobres nem nada fazem para minguá-la; São Paulo recomenda a atitude contrária, característica do «homem de Deus»: «pratica a justiça e a piedade, a fé e a caridade, a perseverança e a mansidão».
Amós desenvolve a sua actividade profética no reino de Israel durante o reinado de Jeroboão II (767-747 a.C.), num tempo de prosperidade, riqueza e luxo para as classes dominantes, mas também de profundas desigualdades económicas e de preocupante hipocrisia religiosa. Será pura coincidência com a realidade do mundo em que vivemos!
O que caracteriza estes “notáveis” é a sua tranquila arrogância, descuidada e autista. As escavações arqueológicas confirmam os pormenores relativos ao luxo em que viviam: leitos de marfim, grandes taças... As festas e delícias em que vivem descuidados encobrem um grande vazio: ninguém pensa no futuro, ninguém interpreta os sinais de alarme que se adensam.
Em 722 a.C. os exércitos de Sargão II destruirão a Samaria e deportarão “o bando dos voluptuosos” para a Assíria e Mesopotâmia, pois não fizeram caso ao profeta. Mas das suas ameaças emerge uma mensagem convergente com a do Evangelho: a vida mundana, a saciedade, o luxo ofendem a inteligência e tornam-na cega aos avisos da história. Aí se enuncia qual será a sua justa recompensa!
O texto paulino, da carta a Timóteo, responsável pela condução da comunidade cristã de Éfeso, apresenta todo um programa de vida para aquele que queira ser «homem de Deus»: diante de Deus, praticar a justiça a piedade, a fé e a caridade; para com o próximo: viver em caridade, paciência e mansidão. O objectivo é claro: «Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna».
A parábola contada por Lucas, dirige-se aos discípulos e cristãos da comunidade primitiva e de todos os tempos.
Estamos perante um díptico (duplo quadro) a que corresponde um drama em dois actos. No primeiro quadro do díptico, o rico goza e o pobre sofre; no segundo, a situação inverte-se completamente.
A caracterização do rico é incisiva: vive entregue aos prazeres da mesa, veste-se de forma extremamente refinada e cara (melhores marcas) e não presta a mínima atenção para com o pobre que jaz à sua porta e que, porventura, até conhece (“chamado Lázaro”). Até os cães têm mais piedade do que ele do pobre faminto e chagado.
Com a morte, as situações invertem-se: quem vive na opulência, indiferente ao sofrimento do irmão que pode aliviar, com o seu egoísmo está a cavar o abismo da incomunicação que o excluirá da consolação e felicidade do reino dos céus, na comunhão com o mesmo Deus e com os irmãos.
Seguidamente os textos litúrgicos.

Leitura da Profecia de Amós
(Am 6, la.4-7)

Eis o que diz o Senhor omnipotente: “Ai daqueles que vivem comodamente em Sião e dos que se sentem tranquilos no monte da Samaria. Deitados em leitos de marfim, estendidos nos seus divãs, comem os cordeiros do rebanho e os vitelos do estábulo. Improvisam ao som da lira e cantam como David as suas próprias melodias.
Bebem o vinho em grandes taças e perfumam-se com finos unguentos, mas não os aflige a ruína de José. Por isso, agora partirão para o exílio à frente dos deportados e acabará esse bando de voluptuosos”.

Salmo Responsorial (Salmo 145 (146) 7-10.

Refrão
Ó minha alma, louva o Senhor

O Senhor faz justiça aos oprimidos, / dá pão aos que têm fome e a liberdade aos cativos.

O Senhor ilumina os olhos dos cegos, / o Senhor levanta os abatidos, / o Senhor ama os justos.

O Senhor protege os peregrinos, / ampara o órfão e a viúva / e entrava o caminho aos pecadores.

O Senhor reina eternamente. / O teu Deus, ó Sião, /é Rei por todas as gerações.

Leitura da Primeira Epístola de
S. Paulo a Timóteo (1 Tim 6. 11-16)

Caríssimo: Tu, homem de Deus, pratica a justiça e a piedade, a fé e a caridade, a perseverança e a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e sobre a qual fizeste tão bela profissão de fé perante numerosas testemunhas. Ordeno-te na presença de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu testemunho da verdade diante de Pôncio Pilatos: Guarda este mandamento sem mancha e acima de toda a censura, até à aparição deNosso Senhor Jesus Cristo, a qual manifestará a seu tempo o venturoso e único soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade e habita uma luz inacessível, que nenhum homem viu nem pode ver. A Ele a honra e o poder eterno. Amen.

Aclamação ao Evangelho

Aleluia, Aleluia, Aleluia!

V: Jesus Cristo, sendo rico, fez-Se pobre, para nos enriquecer na sua pobreza.

Evangelho de Jesus Cristo
segundo São Lucas (Lc 16, 19-31)

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: “Havia um homem rico, que se vestia de púrpura e linho fino e se banqueteava esplendidamente todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, jazia junto do seu portão, coberto de chagas. Bem desejava saciar-se do que caía da mesa do rico, mas até os cães vinham lamber-lhe as chagas.
Ora sucedeu que o pobre
morreu e foi colocado pelos Anjos ao lado de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, estando em tormentos, levantou os olhos e viu Abraão com Lázaro a seu lado. Então ergueu a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim. Envia Lázaro, para que molhe em água a ponta do dedo e me
refresque a língua, porque estou atormentado nestas chamas’.
Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males. Por isso, agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és ator- mentado. Além disso, há entre nós e vós um grande abismo, de modo que se alguém quisesse passar daqui para junto de vós, ou daí para junto de nós, não poderia fazê-lo’. O rico insistiu: ‘Então peço-te, ó pai, que mandes Lázaro à minha casa paterna - pois tenho cinco irmãos - para que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento’.
Disse-lhe Abraão: ‘Eles têm Moisés e os Profetas: que os oiçam’. Mas ele insistiu: ‘Não, pai Abraão. Se algum dos mortos for ter com eles, arrepender-se-ão’. Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés nem aos Profetas, mesmo que alguém ressuscite dos mortos, não se convencerão’.

sábado, 4 de setembro de 2010

1º Domingo de Setembro

23o Domingo do Tempo Comum

5 de setembro de 2010

LEITURAS

1ª leitura: Sb 9,13-19 = Quem pode conhecer os desígnios do Senhor?

Salmo Responsorial: Sl 89 = Vós fostes, Senhor, um refúgio para nós.

2ª leitura: Fm 9b-10.12-17 = Recebe-o como um irmão muito querido.

Evangelho: Lc 14,25-33 = Quem não renunciar a tudo não pode ser meu discípulo.

Primeiro olhar

Jesus apresenta quatro exigências para segui-lo: renunciar aos afetos, não se idolatrar a si mesmo, assumir o Cruz e assumir o Evangelho como estilo de vida. Pelo seguimento de Cristo, entende-se que o Evangelho é a sabedoria de Deus que liberta de todas as escravidões.

ILUMINADOS PELA PALAVRA

A Palavra deste Domingo é como uma parada no caminho do discipulado para Jesus questionar o modo como se está assumindo as exigências de seu seguimento (Evangelho). Exigências que não se destinam apenas a uma determinada classe de pessoas, como sacerdotes e religiosos, mas a todos aqueles que acolhem o Evangelho e dele se fazem discípulos (Lc 9,23). É fazendo-se seguidor de Cristo que se conhece o projeto divino e se compreende o Evangelho como a verdadeira e autêntica sabedoria de Deus para a vida humana (1ª leitura).

A primeira exigência de Jesus é renunciar aos afetos familiares: “se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e de sua mãe...” (Evangelho). Muito já se disse não se tratar de romper laços familiares, mas renunciar ao apego familiar para assumir livremente o projeto do Evangelho. Acima de projetos familiares está o projeto do Evangelho, pelo qual vale a pena empenhar-se. O motivo e o incentivo central para se assumir esta opção de vida é cantado pelo salmista, declarando que os projetos do mundo terminam em pó; todos voltam ao pó (salmo responsorial).

A segunda exigência do seguimento é compreendida a partir do verbo “odiar”, usado no original grego da perícope deste Domingo. Nosso Lecionário traduziu o termo “odiar” por desapego, como recurso de tradução explicativa ou com a intenção de amenizar o sentido do verbo “odiar” em nossa língua. No contexto bíblico, “odiar” significa amar menos, amar sem dar prioridade; não é o ódio como negação do amor. “Odiar” é usado na Bíblia num contexto de oposição radical aos ídolos e a qualquer forma de idolatria. No contexto do seguimento, Jesus adverte para o perigo de fazer-se de si mesmo um ídolo: “quem não odiar sua própria vida, não é digno de mim”, diz o original grego (Evangelho). O seguimento de Jesus, portanto, não permite colocar-se a si mesmo como referência, não permite que o egoísmo seja a prioridade da vida.

A terceira exigência é assumir a Cruz (Evangelho). Assumir tem aqui o sentido de adotar o estilo de vida que se ilumina no Evangelho de Jesus. O seguimento, portanto, não condiz com atitudes religiosas de devoções e, muito menos, a confusão de religião com obrigação de “assistir missa”, rezar o terço, fazer novena... Isso ajuda e faz bem, mas o seguimento, se caracteriza pela doação da própria vida, cuja Cruz é o símbolo maior (Evangelho). Assumir a Cruz é, no dizer do Livro da Sabedoria, assumir a sabedoria de Deus (1ª leitura) e, no cantar do salmista, é permitir que a bondade divina conduza a vida pessoal (salmo responsorial).

A quarta exigência para o seguimento é o projeto de vida: é preciso parar, sentar e calcular, diz Jesus (Evangelho). É a necessidade de refletir sobre o seguimento, tomar consciência da importância de investir, com a riqueza da própria vida, no seguimento. Quando Jesus fala de despesas, refere-se às energias da própria vida que precisará dispor na construção da vida, através do seguimento; na luta que enfrentará com outras propostas de vida a todo momento (Evangelho). O seguimento, para Jesus, precisa de um projeto porque é uma construção que vai acontecendo aos poucos, é um combate a ser travado contra quem se opõe ao Evangelho. A vitória está na liberdade daqueles que vivem iluminados por Cristo, mesmo quando, na vida social, muitos possam ter a impressão de que se é prisioneiro por causa do Evangelho (2ª leitura).

ILUMINADOS PELAS ORAÇÕES (eucologia da missa)

A principal intenção desta celebração é por todos aqueles que se dispõem ao seguimento de Cristo e pelos celebrantes, para que a voz de Jesus, em seu Evangelho, os conduza e os fortaleça no projeto do seguimento. Rezar esta celebração é se deixar envolver pela dinâmica divina (antífona de entrada) para viver os mandamentos do Senhor (aclamação ao Evangelho) e ser iluminado no seguimento do Evangelho (antífona de comunhão). Rezar esta celebração é também suplicar a verdadeira liberdade para a vida (oração do dia) e é reforçar os laços de amizade com Deus (sobre as oferendas) para viver sempre com Jesus (depois da comunhão).

Proclamar a Oração eucarística V com seu Prefácio próprio

Tema: “Caminhar nas estradas de Jesus” — proclamar a alegria do seguimento de Cristo, especialmente nas aclamações de caminhar nas estradas de Jesus.

ILUMINADOS PELA VIDA

No meio da viagem a Jerusalém, Jesus pára e deixa claro em que consiste o ser cristão. A atitude de Jesus deixa evidente o não enquadramento do cristianismo como uma religião, no sentido que os dicionários de nossos dias definam religião, dando ênfase em práticas devocionais composta de ritos e orações a Deus. Para Jesus a característica própria do cristianismo está no seu seguimento. É nisto que se encontra a grande característica do cristão: aquele que se deixa conduzir por Jesus, aquele que se coloca na estrada de Jesus e o segue. O cristão, em sentido lato, não é um religioso, mas é um seguidor do Evangelho, alguém que se faz caminheiro e vive iluminado pela luz do Evangelho, como discípulo de Jesus.

Esta dimensão do cristianismo ganha cada vez mais evidência fora do contexto da mídia. Não se vê, com tanta freqüência, a presença de testemunhos de seguidores de Jesus, como a de devotos, testemunhando fatos extraordinários, que promovem admiração. As televisões e rádios de Igrejas, ou programas de matriz religiosa, priorizam o lado religioso do cristianismo, com ênfase no devocional, por exemplo. Assim, criam a mentalidade e a imagem que o cristianismo é um exercício de ritos e de cerimônias, com promessas de curas e de sucessos de todo tipo. Isso dá audiência e retorno em comércio e peregrinações. A descrição fenomenológica do fato não é crítica; é apenas uma constatação de como a própria atividade religiosa pode desviar-se do projeto proposto por Jesus.

O lado cristão do seguimento, da renúncia, de construir um projeto de vida, como fala Jesus no Evangelho deste Domingo, a realidade da luta ao que se opõe ao Evangelho, também comentado por Jesus, no Evangelho deste Domingo, não dá tanta audiência; está mais voltada para cotidiano, não tem, praticamente, nada de espetacular. A proposta cristã, que veicula nos grandes meios, precisa de público, ao passo que Jesus convida seguidores. Há um desvario, uma espécie de traição ao projeto inicial. Falando de sinais, o liturgista espanhol Luis Maldonado, fala do perigo que afeta os sinais sacramentais e os sinais litúrgicos, em geral: quando estes são usados e transformados em fins automáticos, colocando-os a serviço de qualquer atividade humana. Diz o autor: “somos responsáveis por este fato toda vez que utilizamos o culto e a prática dos sacramentos como se tivéssemos na não um controle remoto de Deus”.

Diante dessa realidade, que de certa forma impede os cristãos de colocarem a mão na massa para construir a vida, iluminados pelo Evangelho, percebe-se com toda clareza a importância desta celebração, no sentido de deixar claro aquilo que mais caracteriza o cristianismo: a de ser seguimento de Cristo.

(Francisco Régis)

CONTEXTO CELEBRATIVO

Levar os celebrantes a celebrar o Mistério da Salvação como quem é caminheiro nos caminhos do Evangelho, como quem se faz construtor da vida, lutando para se manter nas estradas do Evangelho. O contexto que estamos propondo convida os celebrantes a sentar e projetar como podem construir suas vidas através do seguimento de Jesus.

Oração

As vezes não te compreendo, Senhor.

Talvez te compreenda,

mas outros convites me deixam confuso:

tua proposta é renunciar para seguir-te.

Não penso só nas propostas do mundo,

que indicam tantas estradas,

das quais conheço bem o destino:

sei que me levarão para longe de ti.

Penso nas propostas religiosas

que fazem de ti um milagreiro,

alguém controlado por orações poderosas;

uma espécie de mágico.

Hoje, tu nos propõe o caminho,

o seguimento,

a renúncia,

a construção da vida fundamentada no Evangelho.

Eu quero seguir-te, Senhor.

Não te quero mágico,

para resolver meus problemas,

mas Mestre que indica a estrada;

luz que ilumina o caminho.

Amém!

(SV)

VAMOS CANTAR A CELEBRAÇÃO

NB

As canções sugeridas têm a finalidade de facilitar o repertório da celebração. Normalmente, propomos cinco canções. Caso, nenhuma seja conhecida, a poesia da letra poderá orientar na escolha de outra canção. Os números entre parêntesis indicam o número da canção, na lista após comentário.

Siglas

SAL – a letra da canção encontra-se na página – www.liturgia.pro.br

HL = “Hinário Litúrgico da CNBB” (Livro de canções publicado pela CNBB)

CO = “Cantos e Orações” (Livro de canções publicado pela Editora Vozes, 2004)

L = “Louvemos” (Livro de canções publicado pela “Associação do Senhor Jesus”)

CD = CD publicado pela Paulus com cantos do Hinário Litúrgico da CNBB.

É com alegria e com o coração em festa que os celebrantes cantam a celebração Pascal deste Domingo, ao receberem o convite para se colocarem no caminho do Evangelho, como seguidores de Jesus.

Entrada: os ritos iniciais se caracterizam pela disposição do seguimento de Jesus, de onde a possibilidade de acompanhar a procissão inicial dispondo os celebrantes para o seguimento, como cantam todas as proposta de canções, mas especialmente a canção (4), que remete ao chamado do Senhor.

1 – “Me chamaste para caminhar” (SAL 57) (CO 571)

2 – “Se ouvires a voz do vento” (SAL 166) (CO 584)

3 – “É bom estarmos juntos” (SAL 27) (CO 129)

4 – “Eis-me aqui, Senhor” (SAL 28) (CO 557) http://www.krafta.info/br/search/Eis-Me-Aqui-Senhor/1/mp3

5 – “Senhor, se tu me chamas” (SAL 78) (CO 562)

Outras canções de entrada no site: www.liturgia.pro.br

[SAL 793] [SAL 1037]

Salmo responsorial: na linha da 1ª leitura, o salmista se faz conselheiro de quem está jogando a vida fora, ou fazendo da vida uma aventura qualquer. É um salmista amigo, que recorda como Deus age em favor de quem se deixa iluminar por sua sabedoria.

1 – Cf. “Cantado salmos e aclamações” (Paulus) p. 237

2 – Cf. “HL da CNBB”, fasc. 3, (Paulus), p. 178-179

Aclamação ao Evangelho: no mesmo tom da 1ª leitura e do salmo responsorial, a antífona aclamatória do lecionário deste Domingo intercede a sabedoria divina para a vida humana. É o que sugerimos nas canções. A canção (1) é a mais indicada, por manter a ligação direta com o Evangelho.

1 – “Aleluia! Se alguém quer vir após mim” (SAL 211)

2 – “Aleluia! Quando estamos unidos” (SAL 201) (L 639)

3 – “O Evangelho é Boa Nova” (SAL 642) (CO 477)

4 – “Palavra de salvação” (SAL 233) (L 941)

5 – “A vossa Palavra,” (SAL 216) (CO 668)

Outras canções de entrada no site: www.liturgia.pro.br

[SAL 797] [SAL 202]

Ofertas: dar sentido à vida, como canta a canção (1), através do seguimento de Jesus é próprio de quem se sente convidado a oferecer suas oferendas no altar do Senhor. Outro modo de participar deste rito é oferecendo a vida (4), uma vida que ganha sentido através do seguimento de Jesus.

1 – “Minha vida tem sentido” (SAL 260) (CO 701) http://www.krafta.info/br/search/Minha-Vida-Tem-Sentido/1/mp3

2 – “As coisas que o mundo me oferecia” (SAL 251) (L 569)

3 – “Meu coração é para ti, Senhor” (SAL 258) (CO 708)

4 – “Vou te oferecer a vida” (SAL 674) (CO 702)

5 – “Um coração para amar” (SAL 284) (CO 706)

Comunhão: como todo caminhante necessita de alimentação para se manter no caminho, os discípulos de Jesus se alimentam da Eucaristia. Do ponto de vista do convite para caminhar e continuar a caminhando, sugerimos a canção (4) e, com o enfoque voltado para o alimento que sustenta a caminhada, pode-se também cantar a canção (2).

1 – “Amor e paz eu procurei” (SAL 287)

2 – “Esta é a ceia do Pai” (SAL 1078) (CO 773) http://www.krafta.info/br/search/Esta-é-A-Ceia-Do-Pai/1/mp3

3 – “Feliz o homem que ama o Senhor” (SAL 296) (CO 528)

4 – “Vem, e eu mostrarei” (SAL 338) (CO 739)

5 – “Deus tem um recado para você” (SAL 132) (L 861)

Envio: os celebrantes são enviados a se colocarem cada vez mais no seguimento de Jesus. É o que propomos com as duas primeiras canções. As outras duas canções recordam que setembro é dedicado à Bíblia.

1 – “No meu coração sinto o chamado” (SAL 592)

2 – “Por escutar uma voz” (SAL 396)

3 – “A Bíblia é a Palavra de Deus” (SAL 601) (CO 525) http://www.krafta.info/br/search/A-Bíblia-é-A-Palavra/1/mp3

4 – “Toda Bíblia é comunicação” (SAL 238) (CO 536)

5 – “Tu chegastes um dia” (SAL 366)

O QUE VALORIZAR NA CELEBRAÇÃO

O contexto espacial na Liturgia da Palavra é de um caminho, uma estrada que conduz a um destino. Trata-se de um caminho simbólico, no sentido de que o Evangelho é uma proposta de vida, é um caminho que conduz à vida em plenitude.

Espaço simbólico: o símbolo mais evidente do caminho proposto por Jesus é o Evangeliário. Por isso, mesmo que sua comunidade tenha o hábito de criar um espaço distinto para a Bíblia, considerando setembro como mês da Bíblia, nossa sugestão é dar maior destaque ao Evangeliário, especialmente depois da proclamação do Evangelho. O local onde colocar o Evangeliário poderá imitar o início de uma construção, com tijolos, pedras, cimento... como consta na comparação de Jesus.

O arranjo é simples e coloca o Livro da Sagrada Escritura no chão, onde é o caminho que nos conduz à vida plena. A vela indica a Palavra como luz para os passos (Sl 118,105) e as flores demonstram o que se colhe quando não nos deixamos contaminar pela idolatria.

O arranjo será sugerido para os 4 Domingos deste mês.

Frase celebrativa: resume a proposta final de Jesus: a necessidade da renúncia para o seguimento, na forma do discipulado.

Frase celebrativa

Quem não renunciar ao que tem,

não pode ser discípulo de Jesus!

Equipe de acolhida: o modo de acolher faz referência ao seguimento de quem coloca sua vida no caminho do Evangelho.

Frase de acolhida

Está pronto para caminhar?

Seja bem vindo?

Ambientação: duas possibilidades de ambientar a celebração deste Domingo. Se sua comunidade dá ênfase ao mês de setembro, como “Mês da Bíblia”, pode-se inspirar na 1ª leitura, fazendo referência à Palavra de Deus como sabedoria divina. Sabedoria que está perfeitamente condensada no Evangelho. A outra possibilidade está no espaço simbólico, acenando o seguimento de Jesus pelo discipulado em vista de construir a vida pessoal. A conclusão da ambientação poderá ser feita com uma canção vocacional, conhecida dos celebrantes, como a que propomos abaixo. Ouvir a canção no endereço: http://www.krafta.info/br/search/Se-Ouvires-A-Voz-Do-Vento/1/mp3

Se ouvires a voz do vento,

chamando sem cessar...

se ouvires a voz do tempo,

mandando esperar...

A decisão é tua (2x).

São muitos os convidados (2x).

Quase ninguém tem tempo (2x).

Se ouvires a voz de Deus,

chamando sem cessar...

se ouvires a voz do mundo,

querendo te enganar...

O trigo já se perdeu,

cresceu ninguém colheu...

e o mundo passando fome,

passando fome de Deus.

Ritos iniciais

Toda celebração litúrgica repede, em forma ritual, o Evangelho deste Domingo: fazer uma parada, dar uma pausa no caminho da vida, especialmente no caminho da espiritualidade, para rever como se está vivendo o seguimento do Evangelho.

Antífona de entrada: a confiança na justiça e na misericórdia divina é condição indispensável para se colocar no seguimento de Jesus.

Antífona de entrada

Vós sois justo, Senhor,

e justa é a vossa sentença;

tratai o vosso servo

segundo a vossa misericórdia.

Acolhida presidencial: com a graça e a paz, que geram serenidade, que o discípulo se dispõem ao seguimento do Senhor.

Modelo para acolhida presidencial

A graça e a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo, que hoje nos convida ao seu seguimento, estejam convosco.

T – Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

Monição inicial: toda celebração é convite para uma pausa, para rever o caminho no discípulo do Senhor.

Modelo de monição inicial

Nossa celebração é como uma parada em nossa caminhada diária. Um momento para rever nossa vida e, principalmente, para considerar como estamos caminhando nos caminhos do Evangelho.

Peçamos que Deus nos ilumine e nos conceda a graça de sempre caminhar nos caminhos do Senhor.

(Pausa silenciosa, para interceder a graça de caminhar nos caminhos do Evangelho)

Ato penitencial: iluminando-se na luz do Evangelho, interceder o perdão pelas escolhas que geraram confusão e impediram de ser livre (2L).

Anotações práticas

É um rito a ser cantado, intercedendo o perdão pelas vezes que se viveu iludido em caminhos que não eram do Evangelho. Ouça a canção: http://www.krafta.info/br/search/Eu-Só-Tentava/1/mp3

Modelo para o ato penitencial

P – Deixemo-nos iluminar pela luz do Evangelho e supliquemos o perdão pelas vezes que caminhamos em caminhos estranhos ao Evangelho, cantando:

(breve pausa de silêncio)

Eu só tentava viver me iludindo.

Diante dos outros eu vivia fingindo.

Mas o silêncio a ver­dade gritava.

Muito confuso e aflito eu ficava.

A hipocrisia eu ponho de lado

e reconheço o erro que fiz.

É feliz quem foi perdoado:

livre da culpa é muito feliz!

Já não podia, não mais agüentei!

Eu meu rosto então desvendei.

Reconheci ser aquilo que sou,

Deus me acolheu e me perdoou.

Livre é aquele que quer ser leal.

Nada mais teme, nem mesmo o mal.

Se junto a Deus procu­ra a verdade,

a própria noite se faz claridade!

P – Deus misericordioso, perdoai-nos por ter caminhado em caminhos estranhos e, em vossa bondade, conduzi-nos pelos caminhos do Evangelho para viver em vós, na vida eterna.

T – Amém!

Rito de glorificação inicial: a sabedoria divina (1L) está toda ela contida no Evangelho; quem segue o Evangelho ilumina-se com e na sabedoria de Deus.

Modelo de motivação para o rito do glória

Todo louvor à sabedoria divina que nos convida a caminhar nos caminhos do Evangelho.

Oração do dia: interceder a liberdade que vem do seguimento a Cristo e o desapego de tudo que impede este seguimento.

Oremos

Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem no Cristo a verdadeira liberdade e o desapego necessário para o seguimento fiel ao Evangelho até a herança eterna. PNSJC.

T – Amém!

Liturgia da Palavra

O Evangelho não é a biografia de Jesus, mas um caminho, uma proposta de vida que, uma vez assumido, transforma-se em estilo de vida, no discípulo e discípula. Na verdade, o Evangelho é um projeto onde cada homem e mulher podem construir a própria vida de modo sólido.

Procissão solene do Evangeliário: introduzir solenemente o Evangeliário e acolhê-lo com alegria e como projeto de vida, que conduz à vida plena.

Anotações práticas

O contexto celebrativo deste Domingo e as reflexões sugerem destaque ao Evangelho como caminho que conduz à vida plena. Um modo de destacar a centralidade do Evangelho na vida cristã é aclamando-o solenemente, com uma procissão maior, que percorra toda a igreja.

Indicações para o rito processional do Evangeliário

1 – Convidar celebrantes de todas as idades para participar da procissão.

2 – Uma jovem, vestida de branco conduz o Evangeliário

3 – Várias pessoas acompanham a procissão com alguns sinais:

Sinais: a) Evangeliário – presença de Cristo (E) e sabedoria de Deus (1L)

b) vela batismal – compromisso do discipulado

c) Cruz – assumir o projeto de Jesus (E)

d) incensório

e) correntes rompidas – liberdade (2L)

O rito poderá ser preparado com antecedência, comportando alguma coreografia, por exemplo.

Proposta para a homilia

Objetivo: chamar atenção dos celebrantes para o seguimento a Cristo como uma das principais características da vida cristã.

Dinâmica: o modo de colocar o objetivo da homilia em prática é dinamizando-a com comparações, como a caminhada, e relacionando práticas religiosas que estacionam em vez de caminhar, de fazer progresso na vida espiritual e na vida pessoal.

Oração dos fiéis: momento para interceder a graça de se fazer caminhante com Jesus, nos caminhos do Evangelho, no seu seguimento.

P – Oremos a Cristo, que nos convida ao seu seguimento e a iluminar nossas vidas com a sabedoria do Evangelho.

Senhor, vós que nos chamais ao vosso seguimento;

— iluminai os passos de nossas vidas com a sabedoria do Evangelho.

T – Nós te seguiremos, Senhor!

Vós que sois a fonte da vida plena;

— ensinai-nos a considerar nossos dias e dai ao nosso coração a vossa sabedoria.

T – Nós te seguiremos, Senhor!

Vós que sois a força de quem fraqueja na vida;

— reanimai aqueles que desanimaram de construir suas vidas no Evangelho.

T – Nós te seguiremos, Senhor!

Vós que sois a verdadeira alegria da vida humana;

— fortalecei nossa coragem para renunciar a tudo e ser vosso discípulo.

T – Nós te seguiremos, Senhor!

Vós que sois a luz de todos os povos da terra;

— abençoai o nosso Brasil com a paz, com a justiça e com a vida.

T – Nós te seguiremos, Senhor!

P – Colocamos nossas preces em vossas mãos, Senhor Jesus, e suplicamos a graça de nos conduzir nas estradas do Evangelho, renunciando e nos desapegando de tudo que impede vosso seguimento. Vós que sois Deus e viveis com o Pai e o Espírito Santo.

T – Amém!

Liturgia Sacramental

Oferecer gratuitamente é um modo de renunciar. É uma maneira evidente de não guardar para si o que é de Deus, necessidade essencial para quem se coloca no caminho do Evangelho, no seguimento de Cristo e se deixa iluminar pela sabedoria do Evangelho.

Procissão das ofertas: a procissão das oferendas, enquanto caminhada ritual, nesta celebração, torna-se continuidade do seguimento de Jesus Cristo, na vida diária. Aqueles que já vivem no seguimento de Cristo, na estrada do discipulado, sentem-se convidados, sentem-se à vontade no caminho até o altar por reconhecer no gesto de ofertar o sentido da própria existência.

Anotações práticas

Considerando que todos são convidados ao seguimento de Jesus, escolher alguns celebrantes de idades diferentes para levar as oferendas ao altar. O padre poderá comentar o motivo de tal escolha.

Orate fratres: as oferendas apresentadas na Eucaristia comprovam a autenticidade e a sinceridade do seguimento de Jesus.

Orate fratres

Orai, irmãos e irmãs, para que comprovando nosso seguimento ao Evangelho, nossas oferendas sejam acolhidas por Deus Pai todo-poderoso.

T – Receba o Senhor por tuas mãos

Oração eucarística: Deus nos oferece, em Jesus, a sua sabedoria e o seu caminho para participar com ele da vida plena.

Modelo de monição para a Oração Eucarística

Agradeçamos ao Pai, que em sua bondade ilumina e dá sentido à nossa existência através do seguimento de Jesus, nas estradas do Evangelho.

Preparação para a comunhão

A comunhão é um caminho que nos conduz à Mesa, onde Cristo partilha o alimento para o seguimento. Não apenas a sabedoria divina feita com Palavras e propostas de construir a vida, mas Palavra que se faz alimento para não se desalentar no seguimento.

Pai nosso: iniciar o caminho para a Mesa Eucarística reconhecendo que a filiação divina (coleta) nos destina à verdadeira liberdade (2L).

Convite para o Pai nosso

Como filhos e filhas de Deus, destinados à verdadeira liberdade, rezemos juntos como o Senhor nos ensinou: Pai nosso...

Abraço da paz: quem caminha ao lado de outro caminhante fortalece a amizade, a fraternidade e a partilha da paz.

Proposta de saudação da paz

Todos somos companheiros de caminhada, no seguimento de Jesus e na partilha da paz. Saudai-vos em Cristo Senhor.

Convite para a comunhão: a comunhão é o alimento que fortalece o discípulo e discípula de Jesus no seguimento com a sua Cruz.

Proposta de convite para a comunhão

Quem não carrega a sua Cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.

Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

Ritos finais

É momento de enviar os celebrantes para caminhar nos caminhos da vida, mas andando nas estradas do Evangelho, no seguimento de Jesus. Um envio com uma proposta de clara de estilo de vida, iluminada pela sabedoria do Evangelho.

Compromisso concreto: a exemplo do construtor da torre e daquele que se prepara para a batalha, o compromisso concreto desta celebração pede que o celebrante faça uma pausa em sua vida para rever se, como cristão, está no seguimento de Jesus, deixando-se iluminar pela sabedoria que se encontra no Evangelho. Neste sentido, pode-se propor um maior contato com a Bíblia, em consideração ao mês de setembro.

Anotações práticas

O próprio padre poderá passar o compromisso concreto, valendo-se do conceito da vida cristã como seguimento de Jesus Cristo e inspirando-se na sabedoria do Evangelho. Considerando o mês da Bíblia, incentivar os celebrantes à leitura da Sagrada Escritura.

Bênção e despedida: Para a Bênção final, sugerimos uma formula de oração sobre o povo, intercedendo a graça do seguimento a Cristo e do crescimento da consciência do discipulado.

P – O Senhor esteja convosco

T – Ele está no meio de nós!

P - Deus vos abençoe para que caminhando nas estradas do mundo, possais crescer no seguimento do Evangelho como discípulos e discípulas de Jesus. Por Cristo, Nosso Senhor!

T – Amém!

P – Abençoe-vos Deus todo-poderoso Pai e Filho e Espírito Santo.

T – Amém!

Para a despedida final, as palavras do envio poderão ser:

Sejam cristãos e vivam no seguimento de Jesus.

Ide em paz e o Senhor vos acompanha.


LITURGIA DA PALAVRA (leituras)

Atenção

No quadro abaixo estamos propondo uma monição geral da Liturgia da Palavra, que poderá ser feita pelo sacerdote ou pelo comentarista. Esta monição elimina as motivações de cada uma das leituras.

O Evangelho deste Domingo apresenta as exigências do discipulado e caracteriza o cristianismo como seguimento a Jesus, através de um estilo de vida próprio. Pelo seguimento de Jesus, entende-se que o Evangelho é a sabedoria de Deus que ilumina a vida e liberta de todas as prisões.

Primeira leitura - Sb 9,13-18

Leitura do Livro da Sabedoria

Qual é o homem que pode conhecer os desígnios de Deus?

Ou quem pode imaginar o desígnio do Senhor?

Na verdade, os pensamentos dos mortais são tímidos

e nossas reflexões incertas:

porque o corpo corruptível torna pesada a alma

e tenda de argila oprime a mente que pensa.

Mal podemos conhecer o que há na terra,

e com muito custo compreendemos

o que está ao alcance de nossas mãos;

quem, portanto, investigará o que há nos céus?

Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio,

sem que lhe desses Sabedoria

e do alto lhe enviasses teu Santo Espírito?

Só assim se tornaram retos

os caminhos dos que estão na terra,

e os homens aprenderam o que te agrada,

e pela sabedoria foram salvos".

Palavra do Senhor.

Graças a Deus

Salmo responsorial – Sl 67

Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.

Vós fazeis voltar ao pó todo mortal,

quando dizeis: "Voltai ao pó, filhos de Adão!

Pois mil anos para vós são como ontem,

qual vigília de uma noite que passou.

Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.

Eles passam como o sono da manhã

são iguais à erva verde pelos campos:

De manhã ela floresce vicejante,

mas à tarde ê cortada e logo seca.

Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.

Ensinai-nos a contar os nossos dias

e dai ao nosso coração sabedoria!

Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis?

Tende piedade e compaixão de vossos servos!

Saciai-nos de manhã com vosso amor

e exultaremos de alegria todo o dia!

Que a bondade do Senhor e nosso Deus;

repouse sobre nós e nos conduza!

Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.

Segunda leitura - Fm 9-10.12-17

Leitura da Carta de São Paulo a Filêmon

Caríssimo:

Eu, Paulo, velho como estou

e agora também prisioneiro de Cristo Jesus

faço-te um pedido em favor do meu filho

que fiz nascer para Cristo na prisão, Onésimo.

Eu o estou mandando de volta para ti.

Ele é como se fosse o meu próprio coração,

Gostaria de tê-lo comigo,

a fim de que fosse teu representante para cuidar de mim

nesta prisão, que eu devo ao evangelho.

Mas, eu não quis fazer nada sem o teu parecer,

para que a tua bondade não seja forçada,

mas espontânea.

Se ele te foi retirado por algum tempo,

talvez seja para que o tenhas de volta para sempre,

já não como escravo,

mas, muito mais do que isso, como um irmão querido,

muitíssimo querido para mim

quanto mais ele o for para ti,

tanto como pessoa humana quanto como irmão no Senhor.

Assim, se estás em comunhão de fé comigo

recebe-o como se fosse a mim mesmo.

Palavra do Senhor.

Graças a Deus

Aclamação ao Evangelho: Sl 118,135

Aleluia, aleluia, aleluia

Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo

e ensinai-me vossas leis.

Evangelho: Lc 14,25-33

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas

Naquele tempo,

Grandes multidões acompanhavam Jesus.

Voltando-se, ele lhes disse:

se alguém vem a mim, mas não se desapega

de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos

seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida,

não pode ser meu discípulo.

Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim,

não pode ser meu discípulo.

Com efeito: qual de vós, querendo construir uma torre,

não se senta primeiro e calcula os gastos,

para ver se tem o suficiente para terminar?

Caso contrário,

ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar.

E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo:

Este homem começou a construir

e não foi capaz de acabar!

ou ainda:

qual o rei que ao sair para guerrear com outro,

não se senta primeiro e examina bem

se com dez mil homens poderá enfrentar o outro

que marcha contra ele com vinte mil?

Se ele vê que não pode,

enquanto o outro rei ainda está longe,

envia mensageiros para negociar as condições de paz.

Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós

se não renunciar a tudo o que tem,

não pode ser meu discípulo!"

Palavra da Salvação.

Glória a vós, Senhor.


REFLEXÃO CELEBRATIVA (proposta de homilia)

1 - Caminhar faz bem

Todos nós já fomos e aconselhamos a caminhar. Basta ver alguém fora do peso para aconselhá-lo a caminhar: “você está precisando fazer caminhada”. Caminhada faz bem para a saúde, ouvimos todos os dias. Jesus era um caminheiro e fez da caminhada e do caminho um símbolo do discipulado. No início da Igreja, os cristãos eram chamados de “seguidores do Caminho”. Caminho com “C” maiúsculo, referindo-se a Jesus como caminho: “eu sou o Caminho”. Hoje, Jesus pára a caminhada, olha a multidão que o seguia para interrogar aqueles que o acompanham. Jesus considera aquela multidão e, possivelmente, percebe que muitos o seguiam sem considerar as exigências do seu seguimento. O mesmo motivo serve para cada um de nós, neste Domingo: parar, fazer uma pausa e interrogar se estamos no seguimento de Jesus e por quê o seguimos. É com se ele dissesse: vocês me seguem, mas vocês sabem o que significa este seguimento?

2 – Característica do cristianismo

Percebe-se como Jesus coloca no seguimento a grande característica do cristianismo. Jesus não passa técnicas de meditação, de oração, de controle da mente... A pausa que Jesus pede, neste Domingo, mostra claramente uma coisa: o cristianismo é um seguimento; é seguimento de uma pessoa: Jesus Cristo. Seguimento que faz da vida uma caminhada em Jesus Cristo, porque ele é caminho. Caminhada não é algo estático, que deixa a gente parado; por isso, o questionamento de Jesus sobre o seu seguimento interroga como está nosso progresso no discipulado. Muitos deram alguns passos na catequese e pararam lá trás; outros vivem uma religião infantilizada, repleta de superstições, de ritos vazios, com crenças estranhas. Além disso, assim como a caminhada é útil para a saúde física, que fortalece o corpo... assim a caminhada, o seguimento do Evangelho, faz-se necessária para o fortalecimento na fé, no conhecimento de Jesus, na estabilidade da vida emocional, no crescimento da espiritualidade. Em resumo, o cristianismo não é uma religião de quem reza de vez em quando, de quem faz promessas, de quem vem na missa de vez em quando, ou coisas assim... o cristianismo é seguimento e cristão é aquele que se coloca no caminho, aquele que segue Jesus e que faz do Evangelho a sabedoria de sua vida, como dizia a 1ª leitura.

3 – Construir a vida

No final do Evangelho, Jesus faz duas comparações: uma relacionada a construção de uma torre (de uma casa) e outra, relacionada à luta. Ambas as comparações fazem referência ao planejamento: para se construir uma casa é preciso sentar, calcular e considerar as condições. Para se ir à luta é preciso considerar a capacidade de combater o inimigo. A incapacidade de terminar uma construção ou de ser derrotado na luta será motivo de deboche, lembra Jesus. O seguimento de Jesus necessita desse planejamento, dessa capacidade de sentar, refletir, rezar e decidir. A construção da vida, fundamentada no Evangelho, usando o Evangelho como estilo de vida, não acontece com decisões emocionais, sentimentais ou na euforia de encontros com multidões cantando redor da gente. A construção ou a luta para se manter no seguimento necessita de um tempo de planejamento, de reflexão, de silêncio, de direção espiritual... Hoje, Jesus pede uma pausa para considerar como estamos construindo nossas vidas e se o seguimento a Cristo está, realmente, acontecendo.

4 – Dia da Pátria – 7 de setembro

Vou concluir, lembrando que no próximo dia 7 de setembro, celebramos o “Dia da Pátria”. Uma data que poderá servir de oportunidade para analisarmos os candidatos que estão se apresentando para a eleição deste ano de 2010, que acontecerá daqui a dois meses, mais ou menos. Considerem aqueles que, mesmo sendo “fichas sujas” deram um “jeitinho” de passar por cima da lei e se candidataram, aqueles que prometem sonhos, os que fazem discursos vazios que, como sabemos nunca acontecerá... e como ninguém é bobo, não votem em quem já foi eleito e nunca fez nada pelo povo. Nós somos um povo honesto e trabalhador e, o mínimo que podemos esperar de nossos políticos e que sejam, pelo menos, honestos e trabalhadores. Amém!

Coordenação: Serginho Valle

liturgia@liturgia.pro.br

São José do Rio Preto, julho de 2010.

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