quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Uma mulher especial

Uma mulher especial


Era ainda uma menina de 17 anos. Aceitara a incumbência de tornar-se mãe de um ser especial. Para qualquer mãe, seu menino é sempre um ser especial. Imagino os sonhos que tinha enquanto fazia os deveres domésticos. Sim, porque apesar de jovem, ela era uma perfeita dona de casa. Seu marido a apoiava incondicionalmente.
A jovem soube que uma parente estava grávida e prontificou-se a ir até sua casa e prestar-lhe toda a assistência que, neste caso, era importantíssima.
Chegou o dia de ser mãe. Uma viagem inoportuna, mas necessária, fez com que tivesse seu neném fora de sua cidade natal. Ela não reclamava, não se lastimava, porque, acima de tudo, tinha fé, muita fé no seu Deus!
....Foi posta à prova, uma prova difícil de superar. Não entendia porque o maioral do lugar perseguia seu filho, ainda menino. Mas, decidida e, aconselhada por alguém, buscou outro país para viver. Os planos feitos tinham que esperar! "A escola, outra língua! Como superar tudo, meu Deus!"
O pesadelo acabou com a morte do maioral. De volta a casa, sua família alcançou a paz e seu menino crescia em sabedoria e piedade.
Mais tarde, já feito homem, seu filho foi cumprir a sua missão. A sua mãe, ciente do que estava acontecendo, acompanhou-o, como anjo protetor, como mãe de todos os que necessitavam de conforto e paz!
Aí, o prenderam e o mataram! Que mulher poderia aceitar que isso acontecesse sem revolta interior? Mas ela confiava nos planos do Criador. Tinha recebido uma mensagem, havia muitos anos, e acreditava nela: Tu serás mãe do ALTÍSSIMO!
Seu filho, na hora da morte, a deu como mãe para nós que, em última análise, éramos os culpados de sua morte! Que coração magnânimo!
Oração: Te aceitamos, mãe, embora indignos. Que benção ter uma mãe como esta, solícita intercessora, cuidadosa, amorosa! Nossa mãe, minha mãe, Mãe de Deus!
Nossa igreja a tem como um dos seus maiores tesouros: Mãe da Igreja. Sob seus olhos amorosos vamos singrando este vale de lágrimas.
Mãe, Maria. Dai-nos a tua benção! Tu que dignificas em grau extremo o sexo feminino. No dia da mulher, Maria, te amamos, Mãe!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Tema importante para a Igreja



Terça-feira, 27 de Setembro de 2011


Citação essencial sobre um tema importante


Nota: Eis uma verdadeira urgência...
«Trezentos e vinte e nove, dos dois mil padres católicos austríacos, divulgaram na Internet um “Apelo à desobediência” baseados em impasses de longa duração na vida interna da Igreja. Uma sondagem recente revela que três em cada quatro católicos austríacos apoiam esse “Apelo à desobediência.” A deserção, sem protesto nem aviso, é muito mais vasta, sem falar nos chamados “católicos não praticantes” e nos indiferentes.
Não se fizeram as reformas que as redescobertas da identidade esquecida da Igreja exigia. Por vezes, foram as contra-reformas que venceram. A continuação do modelo do exercício do primado do papa, a neutralização prática da colegialidade episcopal, uma cúria irreformável, o centralismo romano, o método usado na escolha dos bispos, a questão do celibato eclesiástico, a descriminação da mulher no chamamento ao sacramento da ordem, a proibição de acesso à comunhão eucarística dos “divorciados recasados”, uma moral sexual mal repensada, uma reforma do direito canónico inadequada, etc., são algumas das razões apontadas para a paralisia notada na Igreja. A grande vitalidade emocional e moralista de alguns movimentos, as grandes viagens dos papas, as Jornadas Mundiais da Juventude não podem substituir o rosto e a alma da Igreja do Vaticano II.
Há quem sustente que a situação é tão grave que exige um novo concílio. Receio que estas urgências internas fixem a atenção na cozinha eclesiástica e façam perder de vista as descentrações de que falava E. Schillebeeckx, K. Rahner e, sobretudo, o exemplo de S. Paulo em Atenas.
Passados 50 anos, em que pensamos e de que falamos quando dizemos que a Igreja existe para o mundo? Muitos são os mundos a convocar! Como e por quem?»
Frei Bento Domingues, in Público 25 de Setembro de 2011

domingo, 18 de setembro de 2011

comentários à missa de dia 18/09/2011

Comentário à Missa do Próximo Domingo

Domingo 25º Tempo Comum
18 de Setembro de 2011
O trabalho
É sempre uma grande tristeza saber que alguém não tem trabalho. Alguns porque pura e simplesmente foram demitidos ou não admitidos ao trabalho. Outros preferem a ociosidade e viver à custa dos outros é o seu lema.
De qualquer forma o trabalho é um bem, um grande bem, porque dá-nos utilidade, faz-nos construtores da vida e do mundo. Esta é uma forma autêntica para encontrar o sentido da vida.
Os textos da missa deste domingo falam-nos do valor do trabalho e que todo o género de trabalho deve ser realizado em função da justiça e devemos, por isso, acrescentar que o trabalho só tem verdadeiro sentido quando realizado para a construção do bem comum. Quando assim acontece a obra de Deus continua e todas as tarefas realizadas por nós são expressão da acção de Deus no mundo. Nisto consiste o Reino de Deus, onde se vê bem claro que este mundo novo de salvação e de vida plena é para todos sem excepção. Para Deus não há marginalizados, excluídos, indignos, desclassificados… Para Deus, há homens e mulheres. Todos seus filhos, independentemente da cor da pele, da nacionalidade, da classe social. São estes que Ele ama, a quem Ele quer oferecer a salvação e a quem Ele convida para trabalhar na sua vinha.
Neste sentido, hoje, notamos que o desemprego que afecta tantas das nossas famílias é algo contra a vontade de Deus. O mundo está feito para todos e se não existem oportunidades para que todos se realizem como pessoas e se alguns são privados de edificarem a sua casa pela dignidade do trabalho, estão fora da justiça e obviamente que tal proceder está fora dos parâmetros de Deus.
O grande apelo da missa, só pode ser este em cada domingo, mas de modo especial neste, vamos todos lutar para que ninguém seja demitido do seu trabalho injustamente, que ninguém seja privado da dignidade de contribuir para a construção do mundo e que recebam o contributo (salário) com base na justiça. Tudo o que seja fora deste âmbito deverá ser condenado e denunciado, é uma exigência de Deus e da liturgia. Celebremos a festa da Eucaristia com base nesta denúncia e no anúncio da dignidade para todos.

domingo, 21 de agosto de 2011

O papel da Igreja

Santuário de Fátima recorda apelo do Papa na JMJ : Não tenhais medo de dar testemunho de Cristo

“A Igreja não existe para ficar a olhar para o céu”, afirmou o Reitor

Termina hoje a viagem apostólica do Papa a Espanha. “Esta manhã, aos milhares de jovens reunidos em Madrid, na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Papa Bento XVI dizia que é impossível encontrar Jesus Cristo, reconhecê-Lo como o Filho de Deus, e não sentir a necessidade de O levar aos outros; e não sentir o imperativo de levar outros a connhecê-Lo e encontrá-Lo”, recordou esta manhã em Fátima, o reitor do Santuário de Fátima.

“Se Cristo é o centro da nossa vida, não podemos não O testemunhar, não O comunicar, não levar outros a fazer essa experiência feliz da Sua presença na nossa vida”, concluiu o Padre Carlos Cabecinhas na homilia desta eucaristia internacional, largamente participada.

O Reitor reiterou o apelo hoje lançado aos jovens pelo Santo Padre: “Não tenhais receio de dar testemunho de Cristo”, e exortou os peregrinos em Fátima a serem coerentes com a sua fé.

“Uma fé que não é um mero saber intelectual, mas uma experiência forte de encontro com Cristo, capaz de transformar e marcar indelevelmente a vida”, disse.

O Padre Carlos Cabecinhas assinalou ainda que “a Igreja não existe para ficar a olhar para o céu, numa contemplação estéril e inconsequente do ‘Messias, Filho de Deus’; existe para O testemunhar e para levar a cada homem e a cada mulher a proposta de salvação que Cristo veio oferecer”.

Sala de Imprensa do Santuário de Fátima

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O Poder das chaves

Quarta-feira, 17 de Agosto de 2011

Comentário à Missa do Próximo Domingo

Domingo XXI Tempo Comum – Ano A
21 de Agosto de 2011
O poder das chaves
A Primeira leitura é muito interessante. Shebna, administrador do palácio, será substituído nas suas funções. Irá ser despojado das insígnias do seu poder (a túnica, o cinto, a chave do palácio), as quais serão revestidas por Elyaqîm. O novo administrador do plácio será Elyaqîm receberá, o “poder das chaves”. A corrupção e o mau uso do cargo, fizeram cair em desgraça o administrador infiel. O profeta quer lembrar que a autoridade, qualquer que ela seja, deve ser exercida como um serviço ao bem comum. Lembra que quem tem tal responsabilidade deve ser um pai para todos e deve procurar o bem de todos com solicitude, com amor, com justiça.
Na Segunda leitura, São Paulo diz-nos que Deus é sempre «mais» do que aquilo que o homem possa imaginar, mais sábio, mais poderoso, mais misericordioso e mais misterioso… A nós cabe-nos contemplar e acolher essa realidade. Todo aquele que tem autoridade deve com mais diligência procurar viver no seu cargo os valores que o Apóstolo nomeia. Eles são: a profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus… Com tais valores teríamos governos e todos as formas de autoridade verdadeiramente ao serviço de todos, muito longe da corrupção e da ganância. O poder não seria nunca mais uma tosquia frequente do povo, mas antes seria um bem, uma forma de criar felicidade, bem-estar, saúde, educação e condições condignas para o povo. Mas, o que vemos com frequência, de quem detém o poder das chaves, a má criação, o péssimo exemplo, a mediocridade, os desvios para alguns dos bens que são de todos… O poder, qualquer que ele seja, muitas vezes torna-se um ninho de ladrões, porque falta a consciência da responsabilidade e uma prática que pense em todos e não apenas nos amigalhaços.
O Evangelho, em primeira mão, Jesus é o Filho de Deus, reconhecê-Lo e confessá-Lo como tal é o elemento principal da fé cristã. É o que Pedro faz de forma convicta. Assim, Jesus considera Pedro como a «rocha» e confere-lhe o «poder das chaves». A Pedro, é conferido o «poder» maior do serviço na comunidade dos crentes em Jesus. Pedro assume todos os valores do poder-serviço que o profeta anunciou e São Paulo proclamou. Jesus nomeia Pedro para «administrador» da Igreja, com autoridade para interpretar as palavras de Jesus, para adaptar os ensinamentos de Jesus a novas necessidades e situações, e para acolher ou não novos membros na comunidade dos discípulos do Reino (porém, atenção, todos são chamados por Deus a integrar a comunidade do Reino, mas aqueles que não estão dispostos a aderir às propostas de Jesus não podem aí ser admitidos). Este discernimento compete a todos os que receberam a responsabilidade do anúncio da Boa Nova da salvação. Por fim, todos são envolvidos pela comunhão e a unidade do amor de Jesus, vivendo com coragem todos os valores apresentados pelo Evangelho relativamente ao «poder das chaves».
JLR

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Comentários à missa do próximo domingo

14 de Agosto de 2011
Domingo XX Tempo Comum
A Cananeia
A primeira leitura descreve o ambiente de Jerusalém após o regresso da Babilónia. O povo de Deus enfrenta uma época nada fácil. Os retornados estão desiludidos, pois a tarefa da reconstrução apresenta-se demorada e difícil. O país está arruinado, as cidades destruídas e desabitadas, os campos incultos e abandonados. Os ricos bem depressa começam a oprimir os pobres e a esmagar os humildes. Quanto à religião há uma recusa de Deus e dos seus planos e o recurso a práticas totalmente pagãs.
A essa comunidade desiludida e decepcionada, o profeta anuncia que está para chegar um tempo novo. Deus vai oferecer a Sua salvação a todos os povos, há uma clara viragem na fé de Israel, uma certa abertura à universalidade. Grande revolução no universo religioso do Povo de Deus.
Nos nossos tempos, por um lado, o intercâmbio de ideias, de experiências, de notícias, o contacto fácil, rápido e directo com qualquer pessoa, em qualquer canto do mundo, contribuem para nos abrir horizontes, para nos ensinar o respeito pela diferença, para nos fazer descobrir a riqueza de cada povo e de cada cultura… Por outro lado, o egoísmo, a auto-suficiência, o medo dos conflitos sociais, o sentimento de que um determinado estilo de vida pode estar ameaçado, provocam o racismo e a xenofobia e levam-nos a fechar as portas àqueles que querem cruzar as nossas fronteiras à procura de melhores condições de vida… A Igreja é a comunidade do Povo de Deus. Todos os seus membros são filhos do mesmo Deus e irmãos em Jesus, embora pertençam a raças diferentes, a culturas diferentes e a extractos sociais diferentes. Nisto toda a mensagem bíblica nos ensina que Deus não faz acepção de pessoas. A salvação é para todos.
Na segunda leitura tirada de São Paulo podemos concluir o seguinte, a recusa de Israel fez com que o Evangelho fosse proposto aos gentios. Por isso, podemos dizer, há males que vêm por bem; Deus escreve direito por linhas tortas…
Os gentios, que antes estavam longe de Deus, agora tiveram acesso à sua graça; e os judeus, que agora se afastaram dos dons de Deus, hão-de também alcançar a graça. Parece enquadrar-se tudo no projecto salvífico de um Deus que permitiu que todos sejam rebeldes, a fim de sobre todos deixar cair a sua misericórdia. A misericórdia de Deus não abandona nenhum dos seus filhos. Este texto – implicitamente – convida a não nos arvorarmos em juízes dos nossos irmãos. Por um lado, porque o comportamento tolerante de Deus nos convida a uma tolerância semelhante; por outro, porque aquilo que nos parece estranho e reprovável pode fazer parte, em última análise, dos projectos de Deus.
No Evangelho, Jesus em ruptura com os fariseus e os doutores da Lei, “retirou-Se dali e foi para os lados de Tiro e de Sídon”. A recusa de Israel em acolher a proposta do Reino vai fazer com que a pregação de Jesus se dirija para fora das fronteiras de Israel.
Uma mulher fenícia (estrangeira, inimiga, oriunda de uma região com má fama e, ainda por cima, “mulher”) merecerá a graça da salvação?
Não admira, portanto, que os fariseus e doutores da Lei, defensores intransigentes da Lei e da pureza da fé, considerassem os habitantes dessa zona como “cães” (designação que, para os judeus, tinha um sentido altamente pejorativo).O apelo da mulher fenícia vai no sentido de que ela possa, também, ter acesso a essa salvação que Jesus veio propor.
No final de toda esta caminhada de afirmação da “bondade” e do “merecimento” desses pagãos que a teologia oficial de Israel desprezava, Jesus conclui: “Mulher, grande é a tua fé. Faça-se como desejas”.
O que é determinante, para integrar a comunidade do Reino, não é a raça, a cor da pele, o local de nascimento, a tradição familiar, a formação académica, a capacidade intelectual, a visibilidade social, o cumprimento de ritos, a recepção de sacramentos, a amizade com o pároco, os serviços prestados à “fábrica da igreja”, mas a fé (entendida como adesão a Jesus e à sua proposta de salvação).
O exemplo da mulher cananeia leva-nos a pensar, por contraste, nesses “fariseus e doutores da Lei” que rejeitam a oferta de salvação que Deus lhes faz, em Jesus. Estão cheios de certezas, de convicções firmes, de preconceitos; mas não têm o coração aberto aos desafios que Deus lhes faz… Conhecem bem a Palavra de Deus, têm ideias definidas acerca do que Deus quer ou não quer, são orgulhosos e auto-suficientes porque se consideram um povo santo, eleito de Deus, mas não têm esse coração humilde e simples para acolher a novidade de Deus…
Teoricamente, ninguém põe em causa que a Igreja nascida de Jesus seja uma comunidade aberta a todos os homens e mulheres, de todas as raças, culturas, classes sociais, quadrantes políticos…
Os homens e as mulheres, os casados e os divorciados, os pobres e os ricos, os instruídos e os analfabetos, os conhecidos e os desconhecidos, os bons e os maus, os novos e os velhos, todos são acolhidos na comunidade cristã sem discriminação e todos são convidados a pôr a render, para benefício dos irmãos, os talentos que Deus lhes deu?
Evangelho sugere uma reflexão sobre a forma como acolhemos o estrangeiro, o irmão diferente, o “outro” que, por razões políticas, económicas, sociais, laborais, culturais, turísticas, vem ao nosso encontro. Se Deus não discrimina ninguém, mas aceita acolher à sua mesa todos os homens e mulheres, sem distinção, porque não havemos de proceder da mesma forma?
Resumo dos comentários do Portal dos Dehonianos…

sábado, 30 de julho de 2011

Preparando a liturgia dominical, 18.º domingo do tempo comu, 31 de Julho de 2011
Alimentar-se convenientemente!
Isaías convida a ir à nascente das águas e a alimentar-se da verdadeira comida; Paulo afirma que nada o separará do amor de Cristo; Mateus narra a multiplicação dos pães e dos peixes com que foi alimentada a multidão faminta, simbolizando a Eucaristia.
A 1.ª leitura, tirada do livro da consolação, contém um apelo aos exilados que se mostrem renitentes em regressar à pátria, apelo que tem grande actualidade para a pessoa indecisa e apegada a tantas solicitações que a afastam dos valores do Reino de Deus. Somente a quem tenha sede, isto é que esteja desapegado dos bens efémeros, é que podem saborear os bens da aliança eterna, simbolizados no «vinho e leite».
O Salmo Responsorial canta a misericórdia de Deus, clemente, compassivo, cheio de bondade, a tal ponto que teve compaixão da multidão. Enquanto os apóstolos sugeririam que a mandasse embora, Jesus diz que eles mesmos lhe dessem de comer.
Na 2.ª leitura, da carta aos romanos, Paulo põe em relevo todo o alcance da nova realidade misteriosa que é o «estar em Cristo Jesus». Mostra como o dom que é o Espírito Santo, que nos faz filhos de Deus, é garantia de salvação universal. «Criatura alguma poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, Senhor nosso».
Mateus revela os sentimentos mais profundos do coração de Cristo, ao expressar a sua dor pela morte de João Baptista e logo a seguir a sua misericórdia para com todos s que padecem necessidades: «cheio de compaixão» pelas multidões sofredoras e famintas. Relevante a incidência de Mateus em destacar nesta multiplicação dos pães os mesmos gestos de Jesus na Ceia: «Tomou», «recitou a bênção», «partiu», «deu». Razão suficiente para relacionar esta multiplicação dos pães como simbolismo e figura da mesma Eucaristia.
Seguidamente os textos litúrgicos.

Leitura do Livro de Isaías
(Is 55, 1-3)

Eis o que diz o Senhor: "Todos vós que tendes sede, vinde à nascente das águas. Vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei. Vinde e comprai, sem dinheiro e sem despesa, vinho e leite. Porque gastais o vosso dinheiro naquilo que não alimenta e o vosso trabalho naquilo que não sacia? Prestai-Me atenção e vinde a Mim; escutai e a vossa alma viverá. Firmarei convosco uma aliança eterna, com as graças prometidas a David.

Salmo Responsorial (144 (145), 8-9. 15-16. 17-18)

Refrão

Abris, Senhor, as vossas mãos
e saciais a nossa fome.

O Senhor é clemente e compassivo, / paciente e cheio de bondade. / O Senhor é bom para com todos / e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas.

Todos têm os olhos postos em Vós / e a seu tempo lhes dais o alimento. / Abris as vossas mãos /e todos saciais generosamente.

O Senhor é justo em todos os seus caminhos / e perfeito em todas as suas obras. / O Senhor está perto de quantos O invocam, /de quantos O invocam em verdade.

Epístola de São Paulo aos
Romanos (Rom 8, 35.37-39)

Irmãos: Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo ou a espada? Mas, em tudo isto, somos vencedores, graças Àquele que nos amou. Na verdade, eu estou certo de que nem a morte nem a vida, nem os Anjos nem os Principados, nem o presente nem o futuro, nem as Potestades nem a altura nem a profundidade nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que se manifestou em Cristo Jesus, Nosso Senhor.

Aclamação ao Evangelho

Aleluia! Aleluia!

V: Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

Evangelho de Jesus segundo
São Mateus (Mt 14, 13-21)

Naquele tempo, quando Jesus ouviu dizer que João Baptista tinha sido morto, retirou-Se num barco para um local deserto e afastado. Mas logo que as multidões o souberam, deixando as suas cidades, seguiram-n'O a pé.
Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e, cheio de compaixão, curou os seus doentes. Ao cair da tarde, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: "Este local é deserto e a hora avançada. Manda embora toda esta gente, para que vá às aldeias comprar alimento".
Mas Jesus respondeu-lhes: "Não precisam de se ir embora; dai-lhes vós de comer". Disseram-Lhe eles: "Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes". Disse Jesus: "Trazei-mos cá". Ordenou então à multidão que se sentasse na relva.
Tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao Céu e recitou a bênção. Depois partiu os pães e deu-os aos discípulos e os discípulos deram-nos à multidão. Todos comeram e ficaram saciados. E, dos pedaços que sobraram, encheram doze cestos.
Ora, os que comeram eram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

Manuel Gama

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Quinta-feira, 21 de Julho de 2011 Comentário à Missa do Próximo Domingo

Quinta-feira, 21 de Julho de 2011

Comentário à Missa do Próximo Domingo

Domingo XVII Tempo Comum
24 de Julho de 2011
Um tesouro chamado Reino de Deus
A 1.ª leitura vem no início da história de Salomão, o filho de David que a memória do povo de Deus consagrou como paradigma de sabedoria, a ponto de lhe atribuir a autoria de boa parte da literatura bíblica sapiencial. Salomão em sonho - forma de comunicação muito utilizada por Deus com os homens na tradição bíblica - implora a adesão interior à vontade de Deus numa total sintonia com o seu desígnio de salvação. Nisto consistia a sabedoria que o rei Salomão ansiava para governar o povo de Deus. Se este sentimento estivesse presente no coração dos governantes, nós teríamos uma sociedade mais justa e mais dentro dos parâmetros do bem-estar que se deseja para todos os povos.
No texto de São Paulo aos Romanos descobre-se qual é o desígnio eterno de Deus, que toda a humanidade venha a ser “sempre nova”, conformando-se à mais perfeita imagem de Deus que é Cristo, Ele que é o primeiro dessa realidade nova que Deus fez surgir a partir da Sua condição divina e da condição humana assumida em Jesus Cristo. Assim, quem acolhe pela fé o mergulho do baptismo, encontra a glória pascal de Cristo e é glorificado com Ele. Por isso, o cristão recebe a semente da glória de Deus e ao longo da sua vida neste mundo deve fazer crescer essa semente até à plenitude do Reino. O que se deseja para a vida concreta deste mundo é que o cristão acolha com fé e amor a Cristo. Esta é a grande sabedoria dos cristãos que, assim, encontram o «tesouro escondido», a «pérola única» de inestimável valor.
No texto do Evangelho temos mais parábolas sobre o Reino de Deus, a do tesouro e a da pérola, a da rede lançada ao mar e recolhida e conclusão do discurso com um elogio aos escribas que se tornaram discípulos. Estes serão os mais instruídos do grupo dos discípulos, que são capazes de recolher do tesouro da Palavra de Deus coisas velhas (alusão ao Ant. Testamento) e coisas novas (Novo Testamento), isto é, serão eles que farão a conciliação entre a literatura antiga e a novidade do Evangelho (São Mateus está neste grupo e recebe com agrado este elogio). De resto, Jesus pretende ensinar que o Reino de Deus é algo muito precioso e para o viver não pode ser de forma marginal e episódica, é algo vital e precioso que requer uma entrega radical como modo de ser e de estar na vida. O desafio que nos é feito é que sejamos capazes de descobrir todo valor do Reino de Deus e na vida concreta do mundo sejamos capazes de levar à prática, com coragem e firmeza, o sentido da vida que «o tesouro do Reino» nos fez descobrir. Quer dizer, se somos felizes, façamos os outros felizes, se a verdade nos liberta lutemos contra toda a mentira, se a justiça nos realiza lutemos contra toda a injustiça, se a desesperança deprime lutemos contra toda a esperança, se o amor edifica então edifiquemos com amor... Só assim o Reino de Deus é presença aqui e agora, não um horizonte utópico que embriaga a vida terrena. Um ópio, como defendeu Karl Marx.
JLR
Domingo XVII Tempo Comum
24 de Julho de 2011
Um tesouro chamado Reino de Deus
A 1.ª leitura vem no início da história de Salomão, o filho de David que a memória do povo de Deus consagrou como paradigma de sabedoria, a ponto de lhe atribuir a autoria de boa parte da literatura bíblica sapiencial. Salomão em sonho - forma de comunicação muito utilizada por Deus com os homens na tradição bíblica - implora a adesão interior à vontade de Deus numa total sintonia com o seu desígnio de salvação. Nisto consistia a sabedoria que o rei Salomão ansiava para governar o povo de Deus. Se este sentimento estivesse presente no coração dos governantes, nós teríamos uma sociedade mais justa e mais dentro dos parâmetros do bem-estar que se deseja para todos os povos.
No texto de São Paulo aos Romanos descobre-se qual é o desígnio eterno de Deus, que toda a humanidade venha a ser “sempre nova”, conformando-se à mais perfeita imagem de Deus que é Cristo, Ele que é o primeiro dessa realidade nova que Deus fez surgir a partir da Sua condição divina e da condição humana assumida em Jesus Cristo. Assim, quem acolhe pela fé o mergulho do baptismo, encontra a glória pascal de Cristo e é glorificado com Ele. Por isso, o cristão recebe a semente da glória de Deus e ao longo da sua vida neste mundo deve fazer crescer essa semente até à plenitude do Reino. O que se deseja para a vida concreta deste mundo é que o cristão acolha com fé e amor a Cristo. Esta é a grande sabedoria dos cristãos que, assim, encontram o «tesouro escondido», a «pérola única» de inestimável valor.
No texto do Evangelho temos mais parábolas sobre o Reino de Deus, a do tesouro e a da pérola, a da rede lançada ao mar e recolhida e conclusão do discurso com um elogio aos escribas que se tornaram discípulos. Estes serão os mais instruídos do grupo dos discípulos, que são capazes de recolher do tesouro da Palavra de Deus coisas velhas (alusão ao Ant. Testamento) e coisas novas (Novo Testamento), isto é, serão eles que farão a conciliação entre a literatura antiga e a novidade do Evangelho (São Mateus está neste grupo e recebe com agrado este elogio). De resto, Jesus pretende ensinar que o Reino de Deus é algo muito precioso e para o viver não pode ser de forma marginal e episódica, é algo vital e precioso que requer uma entrega radical como modo de ser e de estar na vida. O desafio que nos é feito é que sejamos capazes de descobrir todo valor do Reino de Deus e na vida concreta do mundo sejamos capazes de levar à prática, com coragem e firmeza, o sentido da vida que «o tesouro do Reino» nos fez descobrir. Quer dizer, se somos felizes, façamos os outros felizes, se a verdade nos liberta lutemos contra toda a mentira, se a justiça nos realiza lutemos contra toda a injustiça, se a desesperança deprime lutemos contra toda a esperança, se o amor edifica então edifiquemos com amor... Só assim o Reino de Deus é presença aqui e agora, não um horizonte utópico que embriaga a vida terrena. Um ópio, como defendeu Karl Marx.
JLR

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Domingo da Santíssima Trindade

Quinta-feira, 16 de Junho de 2011

Comentário à Missa do Próximo Domingo

Domingo da Santíssima Trindade
19 de Junho de 2011
A comunidade divina
Quem é a Santíssima Trindade? Quando falamos da Santíssima Trindade, é do nosso Deus que falamos. O Deus dos cristãos é trinitário, isto é, constituído por três pessoas: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
O Pai/Mãe, é Deus omnipotente incriado e que preside a toda a criação. O Deus Filho, é o enviado pelo Pai, revela o Pai plenamente e envia o Espírito Santo, que é o resultado do amor entre o Pai e o Filho. Isto é, mostra-nos o rosto verdadeiro do Pai. Um Pai/Mãe amoroso(a) que não desiste de salvar todos os homens/mulheres e que pacientemente espera pela remissão de toda a natureza humana (podemos lembrar aqui a famosa Parábola do Filho Pródigo).
O Filho, foi enviado pelo Pai para anunciar a Boa Nova da justiça ou da salvação de toda a humanidade, Ele é o rosto visível do amor que informa a Trindade. Será da boca do Filho que recebemos a promessa do envio do Espírito Santo, o «outro» Deus da Trindade.
O Espírito Santo, é aquele que vem depois de Jesus para acompanhar todas as acções humanas em favor da causa de Deus. Ele é o Espírito da verdade. Ele nos guiará para a verdade plena. Porque o Espírito Santo, pode ser definido como aquele que unifica as três pessoas da Trindade, Ele é o nome do amor de Deus.
A celebração da Santíssima Trindade, abre-nos caminhos para o exemplo de como podemos e devemos viver. Ninguém se realiza sozinho. Cada um de nós só é capaz de futuro, se acolher a riqueza da dimensão comunitária da vida humana. O que seria da nossa existência se não fossemos capazes de reconhecer a importância da vida dos outros para a nossa realização pessoal? Está mais que provado que ninguém é capaz de viver totalmente isolado, todos necessitámos de ser e viver em comunidade.
A Santíssima Trindade, é antes demais uma verdadeira comunidade. A comunhão é o seu elemento principal, por isso, não nos surpreende a expressão de intimidade de Jesus: "Tudo o que o Pai tem é meu". Esta formidável riqueza de comunhão serve de exemplo ou revela-se como desafio para a nossa vida de cristãos e para todos os homens/mulheres de boa vontade.
Como enquadrar o mistério da Santíssima Trindade na nossa vida concreta? - Sim falamos de mistério, porque, por mais que se diga, por mais que se faça e por mais que se acredite, a Santíssima Trindade será sempre o mistério dos mistérios. Pois, não serão os pensamentos e as palavras humanas que traduzirão o que é e o que representa este mistério. Assim sendo, mais do que dizer deste mistério, o melhor será fazer silêncio diante Dele. Este é um mistério mais para ser contemplado do que para ser dito ou mostrado. É um mistério inefável, próximo e distante ao mesmo tempo, que nos envolve. Esta formidável riqueza de comunhão serve de exemplo ou revela-se como desafio para a nossa vida de cristãos e para todos os homens de boa vontade.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Kiwi

Dodoria

Zarbon