sábado, 30 de julho de 2011

Preparando a liturgia dominical, 18.º domingo do tempo comu, 31 de Julho de 2011
Alimentar-se convenientemente!
Isaías convida a ir à nascente das águas e a alimentar-se da verdadeira comida; Paulo afirma que nada o separará do amor de Cristo; Mateus narra a multiplicação dos pães e dos peixes com que foi alimentada a multidão faminta, simbolizando a Eucaristia.
A 1.ª leitura, tirada do livro da consolação, contém um apelo aos exilados que se mostrem renitentes em regressar à pátria, apelo que tem grande actualidade para a pessoa indecisa e apegada a tantas solicitações que a afastam dos valores do Reino de Deus. Somente a quem tenha sede, isto é que esteja desapegado dos bens efémeros, é que podem saborear os bens da aliança eterna, simbolizados no «vinho e leite».
O Salmo Responsorial canta a misericórdia de Deus, clemente, compassivo, cheio de bondade, a tal ponto que teve compaixão da multidão. Enquanto os apóstolos sugeririam que a mandasse embora, Jesus diz que eles mesmos lhe dessem de comer.
Na 2.ª leitura, da carta aos romanos, Paulo põe em relevo todo o alcance da nova realidade misteriosa que é o «estar em Cristo Jesus». Mostra como o dom que é o Espírito Santo, que nos faz filhos de Deus, é garantia de salvação universal. «Criatura alguma poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, Senhor nosso».
Mateus revela os sentimentos mais profundos do coração de Cristo, ao expressar a sua dor pela morte de João Baptista e logo a seguir a sua misericórdia para com todos s que padecem necessidades: «cheio de compaixão» pelas multidões sofredoras e famintas. Relevante a incidência de Mateus em destacar nesta multiplicação dos pães os mesmos gestos de Jesus na Ceia: «Tomou», «recitou a bênção», «partiu», «deu». Razão suficiente para relacionar esta multiplicação dos pães como simbolismo e figura da mesma Eucaristia.
Seguidamente os textos litúrgicos.

Leitura do Livro de Isaías
(Is 55, 1-3)

Eis o que diz o Senhor: "Todos vós que tendes sede, vinde à nascente das águas. Vós que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei. Vinde e comprai, sem dinheiro e sem despesa, vinho e leite. Porque gastais o vosso dinheiro naquilo que não alimenta e o vosso trabalho naquilo que não sacia? Prestai-Me atenção e vinde a Mim; escutai e a vossa alma viverá. Firmarei convosco uma aliança eterna, com as graças prometidas a David.

Salmo Responsorial (144 (145), 8-9. 15-16. 17-18)

Refrão

Abris, Senhor, as vossas mãos
e saciais a nossa fome.

O Senhor é clemente e compassivo, / paciente e cheio de bondade. / O Senhor é bom para com todos / e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas.

Todos têm os olhos postos em Vós / e a seu tempo lhes dais o alimento. / Abris as vossas mãos /e todos saciais generosamente.

O Senhor é justo em todos os seus caminhos / e perfeito em todas as suas obras. / O Senhor está perto de quantos O invocam, /de quantos O invocam em verdade.

Epístola de São Paulo aos
Romanos (Rom 8, 35.37-39)

Irmãos: Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo ou a espada? Mas, em tudo isto, somos vencedores, graças Àquele que nos amou. Na verdade, eu estou certo de que nem a morte nem a vida, nem os Anjos nem os Principados, nem o presente nem o futuro, nem as Potestades nem a altura nem a profundidade nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que se manifestou em Cristo Jesus, Nosso Senhor.

Aclamação ao Evangelho

Aleluia! Aleluia!

V: Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

Evangelho de Jesus segundo
São Mateus (Mt 14, 13-21)

Naquele tempo, quando Jesus ouviu dizer que João Baptista tinha sido morto, retirou-Se num barco para um local deserto e afastado. Mas logo que as multidões o souberam, deixando as suas cidades, seguiram-n'O a pé.
Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e, cheio de compaixão, curou os seus doentes. Ao cair da tarde, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: "Este local é deserto e a hora avançada. Manda embora toda esta gente, para que vá às aldeias comprar alimento".
Mas Jesus respondeu-lhes: "Não precisam de se ir embora; dai-lhes vós de comer". Disseram-Lhe eles: "Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes". Disse Jesus: "Trazei-mos cá". Ordenou então à multidão que se sentasse na relva.
Tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao Céu e recitou a bênção. Depois partiu os pães e deu-os aos discípulos e os discípulos deram-nos à multidão. Todos comeram e ficaram saciados. E, dos pedaços que sobraram, encheram doze cestos.
Ora, os que comeram eram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.

Manuel Gama

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